quarta-feira, maio 04, 2011

Queremos, podemos


Queremos, podemos
Colaboração rende shows internacionais e benefício fiscal
PRISCILA BRITO
Da esquerda para a direita, Paulo Schultz, Fernando Schultz e André Melman, 
equipe do filme "Eu Maior"
Mesmo ainda engatinhando, o financiamento coletivo via internet no Brasil já tem casos concretos e já até concede benefícios financeiros a quem colabora. Uma das empreitadas mais bem-sucedidas, até o momento, é o movimento Queremos, do Rio de Janeiro, que se dedica a levar shows de bandas internacionais para a cidade.
O princípio é exatamente aquele das pequenas doações: fãs interessados na apresentação compram cotas - em torno de R$200 - que ajudam a financiar o show e o cachê da banda. Desde quando o grupo começou a atuar, em agosto do ano passado, quando trouxe a banda sueca Miike Snow, foram seis shows financiados por fãs e empresas. A última apresentação, da banda LCD Soundsystem, cultuada na cena eletrônica e dance, levantou R$160 mil. Para abril, já estão agendados shows das bandas The National e Miami Horror.
Da diversão para a ação, a jornalista Natália Garcia conseguiu, na última semana, depois de dois meses de campanha, levantar R$25 mil, parte dos R$80 mil de que precisava para realizar o projeto "Cidades para Pessoas", que durante um ano vai passar por 12 cidades do mundo para apontar alternativas de planejamento urbano que tornem a cidade melhor para seus moradores, do ponto de vista do trânsito, por exemplo. O restante do valor foi dado por empresas, atraídas pela repercussão da campanha na internet.
Natália embarca no dia 5 de maio para Copenhagen. Direto de cada cidade, ela publicará em um site, possivelmente hospedado em um grande portal, reportagens referentes às cidades, mas sempre traçando um paralelo com São Paulo. Quando retornar, repassará dados para organizações especializadas, como o projeto Cidade Democrática, que deve utilizar as informações para criar soluções para municípios brasileiros. Parlamentares, segundo ela, também já demonstraram interesse em obter esses dados. "Devo ficar pelo menos dois anos fazendo as coisas acontecerem em cima do projeto, trazer gente para palestrar aqui, por exemplo. Mas espero também melhorar o debate do senso comum sobre os problemas das cidades", diz a jornalista.
Benefício fiscal
Ainda em fase de captação, o projeto do documentário "Eu Maior" aposta em uma novidade: a possibilidade de ter o valor doado para a produção do filme restituído ou abatido do imposto de renda a pagar, desde que a contribuição não ultrapasse 6% do imposto. A colaboração pode ser feita com a compra de cotas de R$100 e garante, além do benefício fiscal, o nome nos créditos do filme como patrocinador, ingressos para a pré-estreia e participação em sorteios. Dos R$600 mil orçados para a produção do filme, R$400 mil vão ser captados em empresas, e os outros R$200 mil através do crowdfunding - até o momento, quase R$90 mil desse total foram arrecadados.
Para além da ajuda financeira, o produtor André Melman vê outras vantagens de se valer do financiamento coletivo. "É uma maneira de formar uma rede de pessoas em torno do projeto, gente que ajude na própria divulgação do filme e que esteja alinhada ao projeto". O filme, que trata sobre auto-conhecimento e traz depoimentos de gente como Marcelo Yuka e Rubem Alves, deve estrear no fim do ano, com sessão exclusiva para os colaboradores.




fonte:
http://www.otempo.com.br/jornalpampulha/noticias/?IdEdicao=238&IdCanal=18&IdSubCanal=&IdNoticia=7580&IdTipoNoticia=1

Nenhum comentário: