terça-feira, fevereiro 09, 2016

Educação para a Vida!

A UNIVERSIDADE NÃO DEVE NOS PREPARAR PARA O EMPREGO. ELA DEVE NOS PREPARAR PARA A VIDA.



[artigo originalmente publicado na New Republic]  fonte

Assim que a temporada de admissões na universidade acelera, tenho conversado com muitos jovens estressados com a decisão sobre que faculdade devem escolher. Como reitor de uma universidade dedicada à educação liberal, exorto-os a considerar a faculdade não apenas como uma oportunidade de adquirir competências específicas, mas como uma oportunidade notável para explorar a sua vida individual e social em conexão com o mundo em que eles vão viver e trabalhar.
Debates contenciosos sobre os benefícios – ou desvantagens – da ampla aprendizagem integradora, a aprendizagem liberal, são tão antigos quanto a própria América. Vários dos fundadores viram a educação como o caminho para a independência e liberdade. Um amplo comprometimento com a pesquisa era parte de sua dedicação à liberdade. Mas os críticos da educação também têm uma longa tradição. De Benjamin Franklin no século XVIII aos especialistas da Internet de hoje, eles atacaram sua irrelevância e elitismo – muitas vezes pedindo por mais instrução profissional.
Benjamin Franklin provavelmente teria tido alguma simpatia em relação à mensagem contra a universidade: “Você não precisa de faculdades. Saia e aprenda coisas em seu próprio país. Você acredita que é um inovador? Você pode prová-lo sem diploma. Você quer começar uma empresa de sucesso? Você não precisa da permissão de professores fora de alcance.” De Tom Paine a Steve Jobs, histórias de pessoas com inteligência e audácia o suficiente para educarem a si mesmas às suas próprias maneiras ressoam há tempos entre os americanos.
Mas Franklin também não via com bons olhos a exibição arrogante de provincianismo. Ele ficaria chocado com a atual mania de conduzir jovens a lugares cada vez mais estreitos em nome do “primeiro dia” de trabalho. Ele certamente reconheceria que, quando os líderes industriais e cívicos exigem especialização cada vez mais cedo, estão nos colocando num caminho que fará com que as pessoas sejam menos capazes enquanto cidadãos e ainda menos capazes de se adaptar às mudanças no mercado de trabalho.
Cidadãos capazes de ver através das contradições políticas ou burocráticas também são trabalhadores que podem defender seus direitos em face dos ricos e poderosos. A educação protege contra a tirania estúpida e o privilégio arrogante. A aprendizagem liberal não tem a ver apenas com treinamento numa especialidade; é um convite a pensar por si mesmo. Por gerações, cidadãos alfabetizados e bem preparados foram vistos como essenciais para uma república saudável. Cidadãos amplamente educados não são apenas um conjunto de habilidades – eles são pessoas inteiras. Para os críticos de hoje – geralmente utilizando jargões sofisticados do Vale do Silício -, no entanto, uma ampla e contextual educação é puro desperdício – não-monetizado – de escolaridade.
Não é à toa que, numa sociedade caracterizada por uma desigualdade de renda radical, a ansiedade sobre como obter o primeiro emprego vai levar muitos a apontar para as necessidades imediatas do mercado atual. O alto custo da faculdade e a dívida ruinosa que muitos assumem apenas pioram essa ansiedade. Neste contexto, alguns afirmam que a educação deve simplesmente preparar as pessoas para serem consumidores, ou, se são talentosas o suficiente, para serem “inovadoras”. Mas quando as necessidades do mercado mudarem – e elas certamente irão -, as pessoas com essa formação estreita ficarão sem sorte. Seus chefes, os responsáveis pela definição de tendências de mercado, ficarão bem, porque eles provavelmente nunca se limitaram a uma maneira ultra-especializada de fazer as coisas. Tome cuidado com os críticos da educação que ocultam o seu desejo de proteger privilégios (e desigualdade) nas vestes da reforma educacional.
“Se fizermos com que o dinheiro seja o objeto de treinamento do homem”, W.E.B Dubois escreveu no início do século XX, “vamos desenvolver fabricantes de dinheiro, mas não necessariamente homens”. Ele continuou a descrever como “a inteligência, a ampla simpatia, o conhecimento de como o mundo foi e de como ele é e a relação dos homens diante disso – este é o currículo do ensino superior que deve estar subjacente à verdadeira vida.” Sendo um bom pragmatista, DuBois sabia que era por meio da educação que desenvolvemos padrões de pensamento que se tornam padrões de ação. Como William James ensinou, o objetivo de aprendizagem não é chegar a verdades que de alguma forma correspondem à realidade. O objetivo da aprendizagem é a aquisição de melhores formas de lidar com o mundo, melhores formas de agir.
A educação liberal pragmática tem como objetivo capacitar os estudantes com meios poderosos de lidar com as questões que irão enfrentar no trabalho e na vida. É por isso que ela deve ser ampla e contextual, inspirando hábitos de atenção e crítica que serão recursos para estudantes anos após a graduação. Para desenvolver este recurso, os professores devem enxergar o estudante como uma pessoa completa, não apenas como um conjunto de ferramentas que pode ser aprimorado. Precisamos de ferramentas, é claro, mas a educação universitária precisa convidar os estudantes a aprender a aprender, criando hábitos de pensamento crítico e criativo independentes, que duram toda uma vida.


No século XIX, Emerson incitou os estudantes a “resistir à prosperidade vulgar que retroage sempre à barbárie”. Ele enfatizou que uma verdadeira educação iria ajudar o indivíduo a encontrar o seu próprio caminho através da expansão do seu mundo, e não de seu estreitamento: perceber tudo, mas imitar nada, ele pediu. O objetivo desta atenção cultivada não é descobrir alguma grande Verdade, mas também não é apenas preparar o indivíduo para o pior trabalho que provavelmente terá: o seu primeiro trabalho após a formatura.
Em vez disso, o objetivo da educação liberal é, nas palavras de John Dewey, “a experiência livre de rotina e capricho”. Esse objetivo fará com que haja mais pessoas eficazes no mundo, e isso vai ajudar para que elas continuem a crescer como pessoas inteiras além da universidade. Esse projeto, como a aprendizagem em si, nunca deve acabar.

ESCRITO POR:

Michael S. Roth

Google apresenta nova biblioteca de livros digitais apostando na evolução dos eBooks




Os ebooks já estão por aí há algum tempo, e desde o seu surgimento até os dias atuais, os formatos de livros digitais apresentam tão somente o conteúdo de um livro impresso nas telas de computadores, laptops, celulares e dispositivos como o Kindle ou Kobo. Entre as décadas de 90 e 2000, diversos formatos foram criados, diferentes dispositivos tentaram entrar no novo mercado, mas apenas com a Amazon os ebooks se consolidaram de fato como produtos comerciais.
Mesmo assim, desde então, poucos formatos se mostraram firmes entre os leitores de livros digitais. Os principais deles são o ePub, Mobi (ambos em código aberto), Azw (exclusivo do Kindle), Lit (para o Microsoft Reader) e o PDF, que mesmo não sendo considerado pelo mercado como ebook de fato devido a suas limitações editoriais, ainda é muito popular entre os fãs de literatura mais tecnológicos.
Mas o que todos eles tem em comum desde as origens dos livros digitais? O fato de que simplesmente contém o mesmo conteúdo dos livros físicos que encontramos nas livrarias. Eles trazem o texto, capa, ilustrações, e raros são os casos em que há algum conteúdo exclusivo, e ainda assim são apenas novas ilustrações ou capítulos extras. Claro que há vantagens, como índices interativos, a possibilidade de se integrar ao dicionário dos dispositivos, compartilhar trechos e comentários online, entre outros, mas nada novo em termos de conteúdos.
É bem verdade que o ePub3 tentou, em 2012, fornecer novos tipos de conteúdos aproveitando-se das possibilidades digitais, incluindo marcações HTML5 para incluir mais interatividade, vídeos, entre outros recursos, mas nada disso vingou. A Google, no entanto, acredita que será capaz de ultrapassar a barreira dos textos tradicionais e fornecer novos tipos de ebooks através do Editions at Play.
Trata-se de uma pequena biblioteca de livros experimentais que tiram proveito da conectividade com a Internet em dispositivos móveis atuais. O slogan da nova biblioteca digital da Google diz: "Nós vendemos livros que não podem ser impressos". Veja abaixo como os livros aparecerão nos smartphones.
Há apenas alguns livros disponíveis e outros serão lançados em um futuro próximo. Um dos livros é "A Verdade Sobre Cães e Gatos", de Sam Riviere e Joe Dunthorne, que conta com animações e até mesmo instruções para orientar o leitor através da leitura do conteúdo. Os usuários poderão alternar entre poemas e histórias de Riviere e Dunthorne a qualquer momento, por isso cada leitura será diferente.
O outro livro, que usa recursos ainda mais curiosos, é "Entradas e Saídas" de Reif Larsen. Esta história é contada através do Street View da Google e a narrativa combina locações reais e ficcionais.
Os livros são otimizados para serem lidos em smartphones e eles são compatíveis com aqueles que executam o Android 4.4 ou mais recente, assim como iOS 8 ou posteriores. Ainda assim, nem todos os aparelhos terão suporte para esses livros, então os usuários podem experimentá-los antes de fazer a compra.
Esta parece ser uma boa maneira de como livros digitais poderiam evoluir, e mesmo se isso ainda levar mais algum tempo até que a biblioteca cresça significativamente, a Google está disposta a ouvir todas as sugestões sobre a criação de livros digitais.
Por outro lado, autores de livros à moda atual talvez sejam ainda um tanto resistentes quanto à criação de conteúdos com novos recursos. Afinal, para a maioria desses artistas, o que vale é uma boa história para se contar. Se conteúdos como animações e outros tipos de recursos dentro das histórias são coisas que os próprios autores devem se preocupar, ou se surgirá parcerias com outros profissionais mais especializados nessas tecnologias, só o tempo dirá.
Para testar e adquirir por RS 17,6 os dois livros (em inglês), acesse os links abaixo:

segunda-feira, fevereiro 01, 2016

efeito colateral do excesso de informação

Na era da informação  informação é poder,  sua ausência 
pode ser sintoma de ignorância.
Hoje com a oferta quase exponencial dela isso começa a 
causar efeitos em nossa vida e psique.  Héberle



INFORMAÇÃO EM EXCESSO, DECISÕES EM EXCESSO

A história íntima da sobrecarga cognitiva

(...)

A geração passada testemunhou uma explosão de opções apresentadas aos consumidores. 
Em 1976, um supermercado médio tinha 9 mil produtos distintos; hoje esse número inflou 
para 40 mil, embora uma pessoa comum satisfaça de 80% a 85% de suas necessidades num 
universo de apenas 150 artigos.3 Isso significa que precisamos ignorar 39 850 artigos em 
estoque.4 E estamos falando apenas de supermercados — estima-se que exista hoje mais 
de 1 milhão de produtos nos Estados Unidos (cálculo baseado nas unidades de 
manutenção de estoque, queles pequenos códigos de barras nos produtos que 
compramos).5

Todo esse processo de ignorar e optar tem um custo. Os neurocientistas descobriram que 
a falta de produtividade e de motivação pode ser resultado da sobrecarga de decisões. 
Embora a maioria de nós não tenha dificuldade em relativizar a importância das decisões, 
o cérebro não faz isso automaticamente. Ioana sabia que era mais importante 
acompanhar os estudos do que escolher a caneta que compraria, mas a simples situação 
de lidar com tantas decisões triviais na vida cotidiana criou uma fadiga neuronal que não 
deixou nenhuma energia de sobra para as decisões importantes. Pesquisas recentes 
mostraram que pessoas obrigadas a tomar uma série de decisões exatamente deste tipo — 
por exemplo, escrever com uma caneta de ponta de feltro ou esferográfica — 
demonstram uma piora no controle dos impulsos e um decréscimo do bom senso em 
relação a decisões 
subsequentes.6

É como se nosso cérebro fosse configurado para tomar um determinado número de 
decisões por dia, e, chegando a este limite, não pudéssemos decidir qualquer outra coisa, 
a despeito da sua importância. Uma das mais úteis e recentes descobertas da 
neurociência pode ser assim resumida: no nosso cérebro, a rede de tomada de decisões 
não determina prioridades.
Hoje nos defrontamos com uma quantidade inacreditável de informações, e cada um de 
nós gera mais informação do que nunca na história da humanidade. O ex-cientista da 
Boeing e articulista do New York Times, Dennis Overbye, comenta que esse fluxo de 
informação contém “cada vez mais informações sobre nossas vidas — onde fazemos 
compras e o que compramos, e, na verdade, onde nos encontramos neste exato instante 
—, a economia, os genomas de incontáveis organismos que nem sequer conseguimos 
nomear, galáxias cheias de incontáveis estrelas, engarrafamentos em Cingapura e o 
tempo em Marte”. E essas informações “jorram cada vez mais depressa em computadores 
cada vez mais potentes, chegando até as pontas dos dedos de todas as pessoas, que hoje 
dispõem de máquinas com poder de processamento maior do que o controle da Missão 
Apolo”.7

Os cientistas da informação quantificaram tudo isso: em 2011, os americanos receberam 
cotidianamente cinco vezes mais informação do que em 1986 — o equivalente a 175 
jornais.8

Durante nosso tempo ocioso, excluindo o trabalho, cada um de nós processa 34 gigabytes 
ou 100 mil palavras por dia.9

As 21.274 estações de tv do mundo produzem 85 mil horas de programação original 
diariamente, enquanto assistimos a uma média de cinco horas de televisão por dia, o 
equivalente a 20 gigabytes de imagens de áudio-vídeo.10 Isso sem contar o YouTube, que 
faz um upload de 6 mil horas de vídeo a cada hora.11 E os jogos no computador? Eles 
consomem mais bytes do que todo o resto da mídia junto, inclusive dvds, tv, livros, 
revistas e a internet.12

Só a tentativa de manter organizados os nossos arquivos eletrônicos e de mídia pode ser 
agonizante. Cada um de nós possui o equivalente a mais de meio milhão de livros 
armazenado em nossos computadores, sem falar em toda a informação guardada em 
nossos celulares ou na fita magnética no verso de nossos cartões de crédito. Criamos um 
mundo que possui 300 hexa bytes (300 000 000 000 000 000 000 itens) de informação 
produzida pelo homem. Se cada um desses itens de informação fosse escrito em fichas 3 
×  5, postas lado a lado, apenas a parte que cabe a uma pessoa — a sua parte dessa 
informação — cobriria cada centímetro quadrado de um país como a Suíça.

Nossos cérebros possuem, sim, a capacidade de processar a informação que recebemos, 
mas a um custo: podemos ter dificuldade em separar o trivial do importante, e processar 
toda essa informação cansa. Os neurônios são células vivas que possuem um metabolismo; 
precisam de oxigênio e glicose para sobreviver, e, quando muito exigidos, o resultado é 
que sentimos cansaço. Cada atualização de status que você lê no Facebook, cada tuíte ou 
mensagem de texto que recebe de um amigo compete no seu cérebro por recursos para 
lidar com coisas importantes, como resolver se vai investir sua poupança em ações ou 
títulos, descobrir onde deixou o passaporte ou qual a melhor maneira de se reconciliar 
com um grande amigo com o qual você acabou de ter um desentendimento.

(...)
Muitos casos de perda de chaves do carro, passaportes, dinheiro, recibos e assim por 
diante ocorre porque nossos sistemas de atenção estão sobrecarregados e simplesmente 
não conseguem dar conta de tudo. O americano comum possui milhares de vezes mais 
pertences do que o caçador-coletor comum. Num sentido verdadeiramente biológico, 
temos de controlar mais coisas do que aquilo que nosso cérebro foi projetado para 
controlar. Até eminentes intelectuais como Kant e Wordsworth reclamavam do excesso de 
informação e da absoluta exaustão mental induzidos por absorção sensorial em demasia 
ou sobrecarga mental.18 Contudo, não há motivo para perder a esperança! Mais do que 
nunca há sistemas externos eficazes, disponíveis para organizar, categorizar e controlar as 
coisas. No passado, a única opção era uma série de assistentes humanos. Mas agora, na 
era da automação, existem outras opções. A primeira parte deste livro é sobre a biologia 
subjacente ao uso desses sistemas externos. A segunda e terceira parte mostram como 
podemos utilizá-los para controlar nossas vidas, ser eficientes, produtivos, felizes e 
menos estressados num mundo interligado, cada vez mais cheio de distrações.

A produtividade e a eficiência dependem de sistemas que nos ajudem a organizar as 
coisas por meio da categorização. O impulso de categorização evoluiu pelas conexões pré-
históricas nos nossos cérebros até sistemas neuronais especializados que criam e 
preservam amálgamas coerentes e significativos de coisas — alimentos, animais, 
ferramentas, membros da tribo —, enfeixando-as em categorias coerentes. No fundo, a 
categorização reduz o esforço mental e simplifica o fluxo de informação.19 Não somos a 
primeira geração de seres humanos a reclamar do excesso de informação.

(...)

________________________________________


A sobrecarga de informação, antes e hoje

(...)
Se temos um filtro de atenção tão eficaz, por que não conseguimos bloquear distrações 
de maneira mais eficiente? Por que a sobrecarga de informação representa tamanho 
problema agora?
Por um lado, hoje em dia trabalhamos mais do que nunca. A promessa de uma sociedade 
computadorizada, nos diziam, era a de que todo o trabalho chato e repetitivo seria 
relegado às máquinas, permitindo que os humanos perseguissem suas metas mais 
elevadas  e gozassem de mais lazer. Mas não funcionou assim. Em vez de dispor de mais 
tempo, a  maioria de nós dispõe de menos. As grandes e pequenas empresas empurraram o trabalho 
para cima dos consumidores. As coisas que costumavam ser feitas para nós, como parte 
do benefício de trabalhar com uma empresa, agora somos nós mesmos que temos que 
fazer. 
Nas viagens aéreas, hoje exigem que nós mesmos façamos nossas próprias reservas e 
check-in, tarefas que costumavam ser feitas pelas companhias aéreas ou os agentes de 
viagens. No supermercado, exigem que nós mesmos empacotemos as compras. Algumas 
empresas deixaram de nos mandar faturas de serviço — esperam que entremos no site 
delas, encontremos nossa conta e iniciemos um pagamento eletrônico: na verdade, que 
façamos o trabalho para a própria empresa. Coletivamente, isso é conhecido como 
trabalho à sombra — representa uma espécie de economia paralela, na qual boa parte do 
serviço que esperávamos receber das empresas foi transferida para o cliente.48 Cada um 
de nós está fazendo o trabalho de outras pessoas, sem ser remunerado. Isso é responsável 
por tirar de nós muito tempo do lazer que todos achávamos que teríamos no século XXI.


Além de trabalhar mais, lidamos com mais mudanças na tecnologia da informação do que 
nossos pais, e mais como adultos do que quando éramos crianças. O americano comum 
substitui o celular a cada dois anos, e isso muitas vezes significa ter que lidar com um 
novo software, novas teclas, novos menus.49 Trocamos o sistema operacional de nossos 
computadores a cada três anos, e isso requer o aprendizado de novos ícones e 
procedimentos, e de novas posições para os velhos itens do menu.50

Mas, acima de tudo, como diz Dennis Overbye, “desde os engarrafamentos em Cingapura 
ao tempo em Marte”, recebemos uma quantidade muito maior de informação. A 
economia global significa que estamos expostos a uma quantidade enorme de informação 
a que nossos avós não estavam. Ouvimos falar de revoluções e problemas econômicos de 
países a meio mundo de distância, no momento em que estão acontecendo; vemos 
imagens de lugares que jamais visitamos e ouvimos idiomas que nunca ouvimos antes. 
Nossos  cérebros absorvem avidamente tudo isso porque é para isso que foram 
projetados, mas, ao mesmo tempo, todo esse negócio está competindo por recursos 
neuronais de atenção dirigidos às  coisas que precisamos saber para tocar nossas vidas.
Há uma evidência crescente de que abraçar novas ideias e novos aprendizados nos ajuda 
a  viver mais e a evitar o mal de Alzheimer — além das vantagens tradicionalmente 
associadas à expansão de nosso saber. Por isso o problema não é absorver menos 
informação, e sim ter sistemas para organizá-la.
A informação sempre foi o recurso-chave de nossas vidas. Permitiu-nos aperfeiçoar a 
sociedade, a assistência médica, as tomadas de decisão, a gozar de crescimento 
econômico e pessoal, e escolher melhor nossos funcionários públicos eleitos.51 Mas trata-
se também de um recurso cuja aquisição e o funcionamento têm um custo bastante alto. 
À medida que o conhecimento se tornou mais disponível — e descentralizado via internet 
—, as noções de autenticidade e de autoridade foram se tornando cada vez menos 
transparentes. Temos acesso mais fácil do que nunca a pontos de vista conflitantes, 
muitas vezes disseminados por gente despida de qualquer respeito pelos fatos ou pela 
verdade. Muita gente não sabe mais em que acreditar, o que é verdade, o que foi 
alterado e o que passou por um crivo criterioso. Não temos tempo nem conhecimento 
para pesquisar sobre cada pequena decisão. Em vez disso, dependemos de autoridades 
confiáveis, jornais, rádio, tv, livros, às vezes o cunhado, o vizinho perfeito, o taxista que 
nos deixou no aeroporto, nossa memória ou alguma experiência do tipo... às vezes essas 
autoridades merecem confiança, às vezes não.
(...)
Uma affordance gibsoniana descreve um objeto cujo feitio, de certo modo, indica ou 
fornece a informação sobre a maneira de utilizá-lo.
(...)
É por isso que os ganchos para chaves funcionam. Controlar as coisas que você perde com 
frequência, como chave do carro, óculos e até carteira, envolve a criação de affordances 
(formas que proporcionam o uso desejado) que reduzam o fardo de seu cérebro 
consciente. Nesta época de sobrecarga de informação, é importante conquistarmos o 
controle do ambiente e alavancarmos nosso conhecimento sobre o funcionamento 
cerebral. A mente organizada cria affordances e categorias que permitem uma navegação 
com pouco esforço no mundo de chaves de carro, celulares e centenas de detalhes 
diários, ajudando-nos também a abrir caminho no mundo das ideias do século xxi.
Trechos acimas extraídos de: A mente organizada: como pensar com clareza na era da sobrecarga de informação

Leia um trecho do livro em PDF 

Cérebro Reptiliano

Cérebro Reptiliano I

Na medicina essa parte do nosso cérebro é conhecida como Complexo-R. Foi pesquisada pelo neurocientista Paul MacLean. Seu livro “The triune brain in evolution”, Ed. Kluwer Print on Dema, custa 1.352,70 reais. Um livro com este preço deve ser sobre um assunto extremamente importante e valioso, não acham? E também estar ao alcance de muitos poucos é claro!

Para uma descrição científica vejam: http://pt.wikipedia.org/wiki/Encéfalo

O cérebro reptiliano é responsável pela auto-preservação e agressão. Essa é sua função principal. Já está visto o quanto ele é responsável pela situação da pessoa na vida, seu dinheiro, sua saúde, seus relacionamentos, etc. O comportamento humano está na função direta do Complexo-R. Ele explica o porquê da tremenda auto-sabotagem que os humanos fazem. Entendida a função do Cérebro Reptiliano entende-se praticamente todo o comportamento humano, todos os problemas que existem nesse planeta e também qual é a solução.




Não estou falando do cérebro dos crocodilos. O Complexo-R ou Cérebro Reptiliano é o nosso cérebro. A parte mais profunda dele. É da maior importância entender como ele funciona, pois ai a solução dos problemas aparece como passe de mágica. Já perceberam todos os comportamentos repetitivos de auto-sabotagem que os humanos fazem? O Complexo-R é o responsável. Lembram quando falo que é preciso limpar toda a programação negativa ou passar pela catarse? É nele que está toda essa programação.

Quando é associado com o cérebro límbico e a amígdala é imbatível na manipulação.
No livro “Inteligência Emocional” de Daniel Goleman está uma descrição extensa do que é um seqüestro emocional.
Todos os desejos instintivos e reações de luta/fuga provem dele. Vejamos suas características:
Todas as reações de agressividade com todas a gama de violência implícita, decorre dele.      É por isso que é tão fácil criar uma guerra. Toda vez que a pessoa age sem pensar, na verdade está pensando apenas com o cérebro reptiliano. Vejam a diferença de velocidade na resposta à informação entre a amígdala e o neocortex.
Toda a sociedade está repleta de comportamentos ritualísticos.  É essencialmente uma função do Complexo-R. É lógico que esses rituais implicam numa hierarquia. Em todos os setores de atividade existe a hierarquia. Toda cerimônia está baseada nisso. Isso permite a dominação, a manipulação e a exploração. Evidentemente que numa hierarquia a informação é segmentada para que apenas quem esteja no topo tenha toda a informação. Embaixo cada um sabe apenas uma pequena parte. Quando eu trabalhei em processamento de dados numa empresa pequena tinha acesso a todos os sistemas e todos os programas de cada sistema. Toda a informação passava por mim. Depois fui trabalhar numa gigantesca multinacional e ai só tinha acesso a uma pequena parte de uma parte de uma parte de um sistema. Cada analista só tinha acesso a uma diminuta parte do sistema. Ninguém conseguia entender o que fazia o sistema. Somente o gerente sabia o que aquilo significava. Se você entender até onde a informação pode ser segmentada entenderá o quão poucas pessoas entendem realmente a realidade.

Como informação é poder fica evidente que a informação não pode ser codificada de forma simples e inteligível. Ela tem de ter múltiplos significados. Desta forma pode-se falar qualquer coisa e somente poucos entenderão o alcance do que se está a falar. O cérebro reptiliano é perfeito para isso. Pois ele trabalha com símbolos. Símbolos são extremamente eficientes para passar uma informação e muito econômicos. Veja um outdoor numa estrada dizendo que dali a 29 quilômetros encontrará uma determinada lanchonete. Basta colocar o logotipo e a distância. Todo o resto da informação sobre a lanchonete está implícito no logotipo. O mesmo se aplica com a ideia de poder. Pode-se simbolizar o poder para que quem o veja saiba com o que está lidando.
Essa questão do comportamento perante o poder (o cérebro reptiliano está programado para submeter-se ao poder)  é muito clara quando se vivencia isso. Uma vez um gerente de processamento de dados estava conversando comigo e tomando um café. Segurava nas mãos o copinho de café quando ouviu o diretor gritar o seu nome. O gerente ficou paralisado e não sabia o que fazer com o copo de café. Se pudesse teria deixado o copo no ar e corrido para a sala do diretor. Levou uns segundos para poder se concentrar e colocar o copo numa mesa e sair correndo para a sala do diretor. Outros podem sistematicamente ser contra o chefe, mesmo que isso seja ilógico.

A insensibilidade é outra característica do cérebro reptiliano. Pode-se ver isso nos tratamentos cruéis em relação aos animais, crianças, mulheres e pessoas mais fracas em geral. Vejam nosso DVD sobre mutilação genital feminina para ter uma ideia. Outra forma é a racionalização. Outro dia estava almoçando e ouvi uma conversa sobre uma série de televisão. Uma pessoa disse que o comportamento assassino de um líder era para defender a comunidade! É assim que se justificam milhões de mortes numa guerra, por exemplo.
O cérebro reptiliano adora controlar tudo que for possível. Nenhuma variável pode ser deixada de lado. Somente o controle absoluto interessa e é perseguido a todo custo. Isso é uma coisa compulsiva e infinita. Não passa pela cabeça dele que exista algo como Teoria do Caos, que impede o controle absoluto. Da mesma forma o Principio da Incerteza é um pesadelo para o Complexo-R. Ele abomina a indeterminação e as probabilidades da Mecânica Quântica. Daí vocês já podem ter ideia de onde vem toda a resistência em entender a Mecânica Quântica. Qualquer informação que coloque em cheque a visão dominante é abolida imediatamente. Sem nenhuma análise. Se uma pessoa afirma que a Terra gira em volta do Sol é queimada na fogueira!

Para se ter poder absoluto é preciso controlar tudo. Uma coisa implica na outra. Desta forma qualquer visão de mundo que permita divergência de opinião deve ser abolida. Somente uma única visão de mundo pode existir. Daí temos as perseguições políticas, as guerras, a Inquisição, a queima de livros, da Biblioteca de Alexandria, da Biblioteca de Atenas, os genocídios, etc. Na busca de um único controle e poder absoluto.
Uma coisa puxa a outra. Para se ter poder absoluto é preciso possuir tudo. Partes não são suficientes. Somente tudo satisfará. E esse tudo é uma coisa complicada porque o Universo é grande... Daí vem a insatisfação com qualquer quantia de dinheiro que se ganhe, com as quantidades de comida além do necessário que se come, com as compras compulsivas (lembram daquela senhora que tinha 800 pares de sapatos?), etc.. Nunca é suficiente.           E a posse tem de ser sobre tudo e todos. Nada pode ficar fora do alcance.
Para se possuir tudo é preciso controlar o território. E cada um marca o território como pode. Alguns com bombas atômicas e outros fazendo xixi no poste!


O sentido de domínio dá uma enorme satisfação para o cérebro reptiliano. Lembram que Nietsche disse que somente tem dois tipos de pessoas felizes neste mundo? Os que tem o cérebro reptiliano totalmente no controle.
Toda compulsão vem da necessidade de controlar, possuir, dominar tudo e todos. Essa necessidade nunca é satisfeita, porque o medo de não ter o suficiente é inato ao cérebro reptiliano. Portanto, nunca é suficiente.

Os comportamentos obsessivos são a mesma coisa. O medo é inerente ao cérebro reptiliano. Ele teme o tempo todo. Procura a segurança absoluta o tempo todo. Imagine um alarme de carro que nunca se desliga, nem quando você está dirigindo o carro!.
É lógico que se todos procuram o domínio total a todo custo teremos conflitos eternos.         É justamente isso que acontece. Enquanto um determinado cérebro reptiliano não consegue o controle absoluto, ele se submete à outro. É uma forma de segurança também. Enquanto ele não arruma um jeito de derrubar o que está acima dele. É por isso que o superior é sempre cruel e impiedoso. Sabe que se vacilar o inferior toma seu lugar. Desta forma temos as hierarquias, que funcionam tão bem. Isso permite enfrentar outras hierarquias concorrentes. Já viram no Animal Planet um grupo de crocodilos comendo um boi? Muito instrutivo! Essa necessidade de submeter-se para garantir a segurança permite as guerras e todas as atrocidades, que são feitas “apenas cumprindo ordens”.


lobo frontal animação

Para o cérebro reptiliano tudo é uma questão de sobrevivência do mais forte, mais apto, mais adaptável. Soa familiar? Isso justifica toda a barbaridade das guerras.
Da submissão à adoração temos apenas um passo. É uma forma mais eficiente de controlar criando uma adoração do que tendo de insuflar medo o tempo todo. É mais econômico. Aqui entra também a manutenção do status quo.
É claro que para criar uma estrutura assim só pode haver um tipo de comportamento.           A rigidez, sem nada alternativo ou maleável. Sem pensar, sem questionar, sem analisar, etc.. Toda superstição é perfeita para isso. Se não se analisar é possível implantar qualquer crença ou superstição da maneira mais perfeita possível. Lembram que foi dito que uma mentira repetida o número adequado de vezes tomará ares de verdade? Mais fácil que tirar doce das criancinhas ou roubar o passe do metrô da velhinha!
Depois de um certo tempo, fica mais fácil ainda porque sempre foi feito daquela forma! É a tradição! Lembram da história dos chimpanzés que espancavam outro chimpanzé simplesmente porque sempre foi assim que foi feito? E se um chimpanzé questionar isso também será espancado.

Aqui também entra a visão de que este-mundo-é-tudo-que-existe. Esta visão de mundo dá um sentido de segurança muito agradável para o cérebro reptiliano. Só existe o que percebo com os meus sentidos. É por isso que posso usar celulares e não pensar em ondas. Qualquer mudança no status quo é visto como ameaça e deve ser eliminada ou ignorada. É por isso que a ciência avança funeral após funeral, como disse um físico.


O sistema de promoção por idade também é do cérebro reptiliano. Não importa a eficiência e sim a idade.
O sistema de leis também é seguido fielmente  por ele. Por mais absurdas que sejam as leis elas são seguidas. Não segui-las tem conseqüências para os que estão abaixo do Macho Alfa. O cérebro reptiliano sabe identificar isso prontamente.
Qualquer tipo de crença pode ser implantada se for suficientemente repetida. A história está repleta desses exemplos o tempo todo. Ela funciona em função de todas as características explicada acima. Da mesma forma qualquer cultura pode ser implantada facilmente. Basta ter os meios de divulgar o que quer que seja.
Sentir compaixão pela dor alheia é um sinal de evolução. Isso seria uma função do neocórtex. O cérebro reptiliano é o inverso. Para ele tudo é comida.




Cérebro reptiliano e entropia psíquica têm tudo a ver. A entropia psíquica acontece quando não controlamos nossa mente e a deixamos “vagar”. Imediatamente aparecem os pensamentos negativos. Isso porque a energia tem de ser controlada senão decai, isto é, perde energia e organização. Para que haja crescimento tem de haver um foco mental organizador. Temos de controlar nossa mente para não ter pensamentos negativos. Já sabem que tudo que pensamentos e sentimos nós atraímos. Acontece que se nós controlarmos nossa mente (isso é uma função do neocórtex) o cérebro reptiliano perde o controle. Já viram que ele tem pânico de perder o controle, portanto, ele fará de tudo para retomá-lo, isto é, para que você volte a ter pensamentos negativos. Soa familiar?


O sentimento dominante do cérebro reptiliano é o medo. Medo de tudo e de todos. Isso vai até o medo extremo de pensar que o mundo pode não ser como se pensa que é. Esse é um pânico existencial. Imagine o stress que isso causa. Para o cérebro reptiliano  o continuum espaço/tempo não existe. Só existe o agora. Portanto, qualquer trauma trazido à memória provoca a mesma reação da primeira vez. Isso é uma valiosa ferramenta de manipulação! E vocês sabem que todas as funções orgânicas automáticas são controladas pelo cérebro reptiliano. Não precisamos pensar para respirar, digerir a comida, etc. Pense no poder que o cérebro reptiliano tem para moldar suas emoções, seus sentimentos e seus comportamentos. É assim que a pessoa bate o carro para estragar o aparelho que toca o cd!


Outra característica é que ele é um servo mecanismo, isto é, não aprende com os próprios erros. Isso é função do neocórtex. Portanto, os mesmos erros serão cometidos vezes sem conta. A auto-sabotagem acontece uma vez após outra. Sempre na mesma situação, seja um cargo, um salário, uma situação de melhoria na vida, etc.. É por isso que a programação do cérebro reptiliano é feita na infância com total eficiência. Tudo que a criança experienciar será gravado a ferro e fogo. Esse comportamento será repetido pela vida a fora. A não ser que seja apagado.


Toda a questão sexual está controlada pelo cérebro reptiliano, portanto, tudo diz respeito a sexo tem uma importância transcendental na nossa sociedade. Porque é pelo sexo que se programa facilmente o cérebro reptiliano. Toda lavagem cerebral feita com traumas sexuais é extremamente eficaz.  Vejam os casos tidos como Transtorno de Múltiplas Personalidades. E quanto mais cedo o trauma for impingido maior a eficiência.
Em vista do explicado acima o que fazer?





Queremos ser livres ou não? Queremos ser felizes ou não? Queremos evolução ou não?         É simples escapar de tudo isso acima. A simples mudança de consciência. A Consciência cria a realidade. Mudou a Consciência mudou a realidade. Nenhum ato físico é preciso. Só mudar a consciência. A visão de mundo. É uma mudança puramente interna. A mudança da consciência para um novo paradigma. Basta trocar a visão de mundo. Expandir a consciência do que é a realidade. É possível diminuir e anular o controle do cérebro reptiliano. Ele pode ser transmutado totalmente. É possível ficar livre do cérebro reptiliano. 


Quando a pessoa atingiu o nível de Consciência de união com o Todo, ela está livre do cérebro reptiliano.
Isso é o que a Ressonância Harmônica permite fazer. Esse é o objetivo final.


( Com respeito a lei da atração e metafisica disfarçada de teoria quantica aplicada, a doutrina do Hélio é contraditoria e de dificil aplicação no mundo real, mas o artigo acima tem tópicos para avançar na questão da consciência, fica o tema chave para que você pesquise nos diversos campos da ciência onde a consciência é tema de pesquisa.   Consciência.  Héberle )