domingo, dezembro 11, 2011

novos algoritmos mesclam análise de discurso aplicada a detecção

Programa de computador consegue detectar mentiras


Aplicativo analisa discursos e trejeitos em busca de sinais de honestidade

ANNE EISENBERG
The New York Times


Nova York, EUA. Ela parece tão inofensiva quanto a senhorita Marple, famosa detetive dos livros de Ágatha Christie. Mas, bem como a senhorita Marple, Julia Hirschberg, professora de ciência da computação na Universidade de Colúmbia, pode detectar traços em vários mentirosos.
A função de Hirschberg, atualmente, é ensinar os computadores a detectarem tentativas de fraude e mentiras - programando-os para analisar o discurso e os trejeitos em busca de indícios de honestidade, ou de falsidade.


Para esse tipo de detecção de mentiras, não é preciso ligar as pessoas à máquina. 
O discurso providencia todas os indícios - altura, mudanças no tom, pausas entre as palavras, "uhs" e "ahs", risadas nervosas e dúzias de outros sinais minúsculos que podem sugerir a projeção de uma mentira.



Hirschberg não é a única pesquisadora que usa algoritmos para pentear nossos enunciados em busca de indícios sobre nossa vida interna. Um pequeno grupo de linguistas, engenheiros e cientistas da computação, entre outros, tem estado superocupado com o treino de computadores para o reconhecimento de marcas do que chamam de discurso emocional - fala que reflete a mentira, a raiva, a amizade e até mesmo o flerte.

Programas que são bem-sucedidos em identificar essas emoções podem, num futuro próximo, ser adotados para usos diversos: softwares que sugerem quando um chefe executivo em uma conferência está tentando se esquivar das perguntas difíceis, ou programas que identificam clientes raivosos na fila dos call centers.
A tecnologia tem se tornado cada vez mais precisa, uma vez que os laboratórios tendem a dividir seus achados para estimular o desenvolvimento das pesquisas, segundo Dan Jurafsky, professor da Universidade de Stanford, cuja pesquisa se concentra no estudo da linguagem tanto dos humanos, quanto das máquinas. Recentemente, Jurafsky tem estudado a linguagem utilizada por pessoas em sessões de encontros rápidos, que duram cerca de quatro minutos. O professor analisa os discursos em busca de sinais de amizade e de flerte.


Segundo Jurafsly, vencedor de uma bolsa de estudos da Fundação MacArthur - conhecida como a bolsa de estudos para gênios -, o objetivo científico é entender como as emoções são refletidas em nossos discursos. "E a meta mecânica é construir sistemas melhores para entender essas emoções", completa.

Os programas que esses pesquisadores estão desenvolvendo provavelmente não cairão no uso dos tribunais de Justiça. Afinal, até mesmo os polígrafos são contestados. Mas os novos programas já apresentam desempenhos melhores que as pessoas em alguns tipos de leituras da mente.

Parceiros. O professor Dan Jurafsky compartilha suas descobertas com Julia Hirschberg e outros pesquisadores para facilitar o progresso  CICERO/THE NEW YORK TIMES

Aplicativos são mais precisos que especialistas
Nova York. Algorítimos desenvolvidos por pesquisadores como Julia Hirschberg, professora de ciência da computação na Universidade de Colúmbia, têm sido capazes de identificar um mentiroso em 70% das vezes em testes realizados, enquanto pessoas confrontadas com as mesmas pistas tiveram apenas 57% de precisão.
Os algorítimos são baseados em resultados de uma pesquisa que analisou os discurso das pessoas quando mentiam e quando diziam a verdade.
Em entrevistas, os participantes foram instruídos a pressionar um pedal enquanto estivessem dizendo a verdade e outro enquanto estivessem mentindo. Depois dos testes, as gravações dos discursos foram analisadas em busca de indícios de mentiras.

Nenhum comentário: