domingo, dezembro 11, 2011

mudanças no conceito do que é currículo e seus focos de aplicações, uma questão como muitas implicações



Fique atento a essa discussão que é atual e tem implicações tanto no setor privado, como no setor público.
A educação é um dos setores estratégicos da pauta dos governos, como enfrentar os desafios diante do gargalos de mão de obra qualificada, da importação de cérebros e das mudanças de âmbito global, com galopante desemprego e desorientação?
A crise é sistêmica, sua solução deve ser sistêmica.

Pensar o currículo como um precioso ativo social e econômico, que sustente a economia de escala e o crescimento sustentável no Brasil e no mundo, que diante de um cenário de crise disciplinar, pode ser um resposta coletiva a essa janela de oportunidade.
Leia-se: a maré não esta para peixe, o que dirá para o pescador.

Sistema de educação nacional apresenta grandes oportunidade e lacunas.
Somos um pais com débitos históricos e mazelas que levam a violentos contrates e contradições.
A consulta pública por si só não sinaliza com soluções ´que serão acolhidas e que serão implementadas.
Indicar as urgências sociais e os modos de enfrentamento, pode nos dar um visão completa da situação e de como lidar com contexto colorido por natureza.
Vamos nos abrir a soluções?
Participe se inteire.
Heberle Babetto


Consulta pública abre debate sobre currículo nacional
CARLA CHEIN
Entrevista com Maria do Pilar Lacerda - Formada em história - Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação
ANTONIO CRUZ/ABR - 3.5.2010

O Ministério da Educação (MEC) pretende concluir, até dezembro de 2012, o currículo nacional para a educação básica e para o ensino fundamental. Nesta semana, o órgão deve divulgar, para consulta pública, um texto-base desse currículo, que valerá para escolas públicas e privadas. Uma das principais propostas do MEC é aumentar a carga horária de quatro para cinco horas por dia, passando o ano letivo de 800 para mil horas.

"No dia 14, vamos divulgar o texto orientador do debate e, em meados do ano que vem, o texto por área. Esses textos serão colocados em consulta pública", disse a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, em entrevista por telefone na última quinta-feira.

Maria do Pilar prefere usar o termo "base" nacional curricular em vez de currículo. Logo no início da entrevista, explica que Estados e municípios poderão incluir suas especificidades regionais nessa "base" nacional.
A secretária também ressalta que o currículo por si só não vai garantir o aprendizado "independentemente do lugar e da formação dos professores". Ela ressalta que as melhorias nos ensinos básico e fundamental só poderão ocorrer porque, junto como o currículo, vem a discussão das condições necessárias para a aprendizagem.
Um dos objetivos dessa "base nacional", prevista na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), é o norteamento dos professores para que eles tenham encaminhamentos didáticos mais claros e "saibam com mais objetividade o que fazer", explica Maria do Pilar. A medida, reconhece, deve ter impacto nos cursos de licenciatura e de formação de professores - "impactos positivos", - e nas avaliações do ensino feitas pelo governo federal - como a Prova Brasil e o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). "O que esperamos é que as avaliações se inspirem no currículo que é trabalhado nas escolas", diz.



Por que o Brasil decidiu adotar um currículo nacional para a educação infantil e para o ensino fundamental? 



Na realidade, não é um currículo nacional. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) determina que se tenha uma base nacional comum. E o que nós vamos fazer é uma base nacional comum. Ou seja, cada Estado, cada município pode colocar suas especificidades regionais, e nós teremos uma base nacional comum que está prevista na LDB.



Quais os problemas que poderão ser solucionados com a adoção desse currículo nacional?


Eu acho que o norteamento maior dos professores para que eles tenham encaminhamentos didáticos mais claros e saibam com mais objetividade o que fazer.



Como o currículo pode ajudar a nortear o professor?


Quando ele (o professor) sabe o que as crianças devem aprender até o fim, por exemplo, do terceiro ano, pode se organizar melhor a partir dessa base nacional curricular. 



O currículo vai melhorar o ensino?


É importante lembrar que nós estamos fazendo um desenho, porque o currículo não fica solto, como se o currículo garantisse a aprendizagem independentemente do lugar, independentemente da formação dos professores. Então, o que nós também estamos discutindo é: quais são as condições necessárias que precisam ser dadas para que as crianças aprendam. Então, são o currículo e a discussão das condições necessárias para a aprendizagem (que vão trazer melhorias).



Como isso se daria na formação dos professores? 


A base curricular nacional tanto vai orientar os currículos das licenciaturas como o conteúdo e a organização dos cursos de formação continuada.



Deve haver uma mudança então no currículo dos cursos de formação de professor...


Eu não digo uma mudança, mas será um impacto no currículo das faculdades, um impacto positivo, com certeza.



Quais são os pontos principais do currículo nacional?


A proposta em paralelo é que nós aumentemos, no mínimo, uma hora-aula por dia. Então que a carga horária passe de 800 horas/ano para mil horas/ano. Então, as crianças teriam hoje quatro e passariam para cinco horas/aula por dia.



Como está sendo a elaboração desse currículo nacional?


No dia 14 de dezembro, nós vamos divulgar o texto que será o texto orientador do debate e, em meados do ano que vem, vamos divulgar o texto por área. Todos os textos serão colocados em consulta pública no portal do Ministério da Educação para que todo mundo possa participar, e nós esperamos que toda essa base nacional curricular esteja pronta até dezembro de 2012.



No dia 14 agora?


É. O texto fica pronto para consulta pública no dia 14 dezembro, no portal do Ministério da Educação.



O currículo nacional valerá para as redes pública e privada? 


Vale para o país inteiro.


O texto está sendo elaborado com base no modelo de algum outro país onde já exista e funcione bem? 



Não, é uma coisa local. É claro que tudo o que acontece no mundo hoje em termos de debate de educação, o ministério e as secretarias estaduais e municipais acompanham muito de perto. Então, não vai ser nada muito descolado do que tem acontecido.



Uma vez implantado o currículo nacional, muda alguma avaliação no país - Enem, Prova Brasil? 



As avaliações sempre dialogam com o currículo. Acontece que, como o currículo não é muito claro, acaba que é pedido para as avaliações irem ao currículo. O que nós esperamos é o contrário: a gente pensa no diálogo em que as avaliações se inspirem no currículo que é trabalhado nas escolas.



Os problemas recorrentes ocorridos nas provas do Enem têm algo a ver com a criação ou agilização da criação desse currículo nacional?


Nada, absolutamente não tem nada a ver. Nem teria. Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Foi um roubo de uma prova dentro de uma escola particular na cidade de Fortaleza. Agora, nós queremos que o Enem e o ensino médio tenham impactos positivos, quer dizer, que o Enem seja mais do que o vestibular porque faz parte efetivamente da organização do ensino médio.

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