terça-feira, dezembro 15, 2015

Melhora no IDH não impede queda do país em ranking

Brasil é ultrapassado pelo Siri Lanka e perde uma posição na lista de 188 países


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Análise do PNUD


BRASÍLIA. O Brasil registrou melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2014. Os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostram que o IDH passou de 0,752 em 2013 para 0,755 em 2014. Apesar do aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial de desenvolvimento humano e passa a ocupar o 75º lugar entre 188 países.
O país perdeu uma posição porque foi ultrapassado pelo Sri Lanka, que teve crescimento acelerado no último ano. O IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: a expectativa de vida, educação e renda.
A coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andréa Bolzon, explicou que a diferença no ritmo de crescimento dos países causou a queda do Brasil. “Apesar de o Brasil ter crescido no IDH, outro país cresceu em ritmo um pouco mais acelerado que o nosso”.
Com a 75° posição, o Brasil fica atrás de países latino-americanos como a Argentina (40°), o Chile (42°), Uruguai (52°), Cuba (67°) e a Venezuela (71°). O primeiro lugar no ranking mundial é da Noruega, seguido pela Austrália e a Suíça. O relatório destaca melhorias no Brasil, como a esperança de vida ao nascer, que aumentou de 74.2 em 2013 para 74.5 em 2014, e a média de anos de estudo que passou de 7,4 para 7,7 nesse período.
Houve queda na Renda Nacional Bruta (RNB) per capita de 2014 (15.175), quando comparada a 2013 (15.288). Desde 1990, a RNB do Brasil não havia sofrido retração. “O relatório mostrou que, do ponto de vista da renda per capita, houve pequena retração e é claro que isso afeta também nosso índice”, disse Andréa Bolzon. Questionada se a queda no PIB poderá ter impacto negativo no IDH, ela respondeu que existe essa possibilidade, já que um dos indicadores é a renda que está relacionada ao PIB.
O Brasil acumula trajetória constante de crescimento do IDH. De 1990 a 2014, o aumento foi 24,2%, o maior no período entre os países da América do Sul.
ONU destaca Bolsa Família
Brasília. O relatório de 272 páginas da ONU menciona o Brasil dez vezes. Em três delas, a referência é ao Bolsa Família. O documento afirma que “a experiência tem sido encorajadora” e “pode ser replicada em outras partes do mundo”. O documento destaca que, desde seu lançamento, o programa permitiu que 5 milhões de pessoas deixassem de viver na pobreza extrema e até 2009 havia conseguido reduzir a taxa de pobreza em cerca de 8 pontos percentuais.
O tema central do relatório neste ano é “O trabalho como motor do desenvolvimento humano”, uma relação que nem sempre é automática: no mundo inteiro, há 168 milhões de crianças em situação de trabalho infantil, 21 milhões de pessoas submetidas ao trabalho escravo e 30 milhões de empregados em setores que oferecem riscos, como os empregos em minas. Mais: 830 milhões são trabalhadores pobres, ou seja, trabalham, mas vivem com menos de US$ 2 por dia.
Do levantamento com índices oficiais dos 188 países, concluiu-se que mais de 204 milhões estão desempregados. Apesar desses indicativos, o relatório afirma que, nos últimos 25 anos, 2 bilhões de pessoas deixaram os baixos níveis de desenvolvimento humano no mundo.

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