quarta-feira, dezembro 16, 2015

Twitter tenta provar que pode ganhar dinheiro sem atrair novo usuário

Os modelos de negócio das empresas ponto com deveriam ser estudados  na hora de se criar serviços para unidade de biblioteca seu modelo de financiamento, tipo de serviços e produtos são muitos ricos para elevar os níveis de praticas e processos de unidades de informação.

Héberle Babêtto


Plataforma, estagnada na casa dos 300 milhões de usuários mensais ativos, vê o Facebook disparar à frente, rompendo a barreira do bilhão, e o Instagram também numa inclinada curva ascendente


TWITTER
Tentando encontrar um caminho de volta à saúde financeira, o Twitter parece ter resignado-se na briga para atrair entusiastas das redes sociais. A plataforma, estagnada na casa dos 300 milhões de usuários mensais ativos, vê o Facebook disparar à frente, rompendo a barreira do bilhão, e o Instagram também numa inclinada curva ascendente.
A rede de microblogs, agora, tenta achar algum canto pouco explorado no tecido social digital para espremer dali um pouco de receita. Há pouco mais de um mês, o site recebia, nos Estados Unidos, o recurso Moments, uma iniciativa de curadoria em que uma equipe de jornalistas seleciona conteúdo relevante para o usuário. Nessa terça-feira (17), a plataforma desembarcou no Brasil, produzindo reações divididas.
É cedo para medir a satisfação com o novo produto no país, mas se os tuítes brasileiros seguirem a mesma tendência dos norte-americanos, a rede social pode esperar alguns problemas.           Uma busca pela hashtag #TwitterMoments resulta em vários usuários pedindo para que o botão do Moments desapareça.     Outros listam a implantação do recurso como mais uma falha, a somar-se à substituição da estrela de favoritos pelo coração de curtir.

É verdade também que muitos usuários gostaram na novidade -incluindo muitos fãs de futebol americano, tipo de evento a que o Twitter deu especial atenção nos EUA. O Moments, acreditam os executivos da rede, tem vocação para a cobertura de grandes eventos e notícias de alta temperatura e, por isso, capacidade para acertar em cheio um perfil supostamente diferente dos usuários de plataformas como o Facebook.
A ideia é que o site do pássaro azul alce voo em uma direção que não a social -mais como uma "rede de interesses", termo do vice-presidente do Twitter na América Latina, Guilherme Ribenboim.
Nosso desafio é fazer com que o usuário fique e uma dificuldade de quem chega é entender para que serve o Twitter, quem ele deve seguir. O Moments é feito para que ele entenda isso. É um produto para reter o usuário", disse o executivo em entrevista à Folha de S.Paulo, na semana passada.
De acordo com estudo feito com 1.843 usuários do Twitter, 74% dos que participam do site querem informações sobre entretenimento, 72% querem notícias em geral. São os que Alberto Kok, diretor de pesquisas da empresa no Brasil, chamou nesta terça-feira (17), durante o lançamento do Moments, de geração "always on" -sempre on-line.
"A primeira coisa que eles fazem quando acordam é olhar o celular para preparar o dia", disse Kok. É nesse público ávido por notícias que a plataforma quer apostar suas fichas -e deixar o mercado de relações sociais para o Facebook. O desafio, no entanto, é grande, como mostram os últimos resultados operacionais do Twitter.
APOSTA
No terceiro trimestre, a rede anunciou prejuízo US$ 132 milhões e, embora tenha ficado em patamar melhor que no mesmo período de 2014 (perda de US$ 175 milhões), as perspectivas, por ora, não parecem boas: o número de usuários mensais ativos cresceu apenas 3 milhões entre o último quartil e o anterior.
Há dois meses, o cofundador da empresa Jack Dorsey, de volta ao comando da companhia, anunciou a demissão de 8% dos seus funcionários. Reter os usuários que já estão na plataforma é, portanto, uma necessidade. Especialmente porque uma base sólida de participantes traduz-se em receita de publicidade.
Para reverter o quadro de prejuízos trimestre após trimestre, a empresa apoia-se em quatro modelos para colocar marcas -e suas verbas publicitárias- cada vez mais integradas aos microblogs.       O Moments é o mais novo deles. Funciona no modelo de patrocínio: durante a cobertura de um determinado evento, como um jogo da seleção brasileira, por exemplo, empresas poderão fazer inserções de seus produtos entre o noticiário. É o que o Twitter chama de "Promoted Moments".
Fora o botão de notícias, a estratégia publicitária da empresa apóia-se em um tripé montado para tornar a plataforma mais atraente a anunciantes. Uma das pernas é o vídeo, especialmente aquele visto por meio de dispositivos móveis. O conteúdo audiovisual visualizado em smartphones e tablets toma cada vez mais espaço dos desktops e laptops. "90% dos videos no Twitter são vistos em plataformas móveis", diz Ribemboin.
TRENDING TOPICS
Outro perna do tripé é apostar na experiência multitelas do usuário. O maior exemplo, no Brasil, é a final da última edição do reality show de culinária Masterchef, da Band. Na derradeira etapa da competição, o vencedor foi anunciado primeiro no Twitter, enquanto um contador mostrava o número de tuítes sobre o programa acumulados até então.
Pode parecer contraditório que uma empresa com o carimbo do Vale do Silício aposte no modelo da TV aberta, especialmente enquanto a população latino-americana que consome conteúdo audiovisual on-line está preterindo cada vez mais a mídia tradicional. "Nós observamos que, quando o espectador de um programa está também envolvido em uma conversa no Twitter, a vontade de compra de um produto aumenta em relação aos que veem o conteúdo da marca apenas da televisão", diz o executivo.
O binômio TV-Twitter é especialmente interessante para a empresa em vista da Olimpíada no ano que vem. Grandes eventos funcionam muito bem para gerar engajamento. A cerimônia do Oscar de 2014 viu uma selfie tirada pelo ator Bradley Cooper com outras estrelas de Hollywood ser retuitada aos milhões.
No Brasil, a possibilidade de usuários replicando mensagens publicitárias durante os jogos olímpicos já atraiu a atenção de patrocinadores como Coca-Cola, Visa e Samsung, que já fecharam campanhas via tuítes.
NO APP
O suporte final que mantém o tripé de negócios do Twitter está em um lugar que nem todos os usuários da rede imaginam. Desde o ano passado, a empresa oferece gratuitamente a desenvolvedores de aplicativos um conjunto de kits para facilitar a implementação de funções importantes de um programa para dispositivos móveis.
No Fabric, é possível encontrar plataformas para identificar, medir e corrigir falhas, implementar autenticação via número de telefone e importar conteúdo do Twitter para dentro do aplicativo.               O quarto desses kits, chamado Mopub, funciona como o Adsense do Google: permite que desenvolvedores automatizem a receita com publicidade. Basta integrar a solução ao app e o Twitter se encarrega de levar os anúncios para dentro do programa. E de guardar uma fatia do dinheiro para si.

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