segunda-feira, novembro 14, 2005

Como o leitor se relaciona com sua literatura preferida?

Uma conversa com Robert Morris e a literatura de negócio
Já vi, já li:

Se o leitor é do tipo que compra livros de administra­ção pela internet, é bem provável que já tenha topado com Robert Morris, um consultor de negócios radi­cado no Texas com experiência nos setores de gestão, educação e governamental. Morris pertence à elite dos rese-nhistas da Amazon (o clube dos Top 10, eleito por gente que considerou seus comentários úteis) e é um dos poucos nessa augusta empresa a se dedicar quase que exclusivamente à lite­ratura administrativa. Morris calcula já ter lido mais de 1.500 tomos de gestão e resenhado mais de 900 deles para a Amazon e outros websites (segundo ele, Peter Drucker certa vez elogiou suas resenhas por não contarem o fim da história). E, embora esse consumo voraz seja útil profissionalmente, a empreitada de Morris é movida, basicamente, por amor. "Acabo de ler juice e Managing for the Long Run", comemorava há pouco o crítico. "Quem não se empolgaria com livros como esses?"

Como o senhor decide que livros merecem seu tempo?

Na literatura administrativa, os melhores autores lançam uma pergunta importante e a respondem com uma sólida pesquisa. Jim Collíns pergunta: "Como uma empresa boa pode se tornar uma empresa excelente?" Jason Jennings pergunta: "Que tra­ços têm em comum as empresas americanas de melhor desem­penho?" Ao começar um livro, espero que a introdução me diga que questão o autor pretende responder. Em seguida, vou ver a que é dada ênfase — em geral, algo que está em negrito ou itálico — para ver se o autor segue focado naquela questão. Também acho bom quando o autor explica como o livro é or­ganizado, pois isso influencia a facilidade com que se assimila a informação. E quero saber que empresas foram estudadas.

Dado o volume lido, muito do material não é redundante?

Sim, mas estou constantemente coletando partes de um re-trato maior. Jack Welch, por exemplo, admira empresas peque­nas, segundo ele porque se comunicam melhor internamente, são mais ágeis, menos burocráticas e seus líderes têm menos camuflagem. Soa, tudo, absolutamente certo. Aí a pessoa lê num livro de Michael Gerber, E-Myth Mastery, que do 1 milhão de pequenas empresas abertas nos Estados Unidos em 2005, mais de 80% terão fechado em cinco anos, e 96% em dez anos. Cada um desses autores me dá uma peça do quebra-cabeça. Sou capaz de entender melhor as vantagens que tem uma pequena empresa. E descubro que poucas delas sabem como atingir — e depois sustentar — essas vantagens.

Depois de tantas ideias de gestão terem naufragado, o que é maior: seu cinismo ou sua cautela?

Fiquei mais cauteloso diante de teses extravagantes, não tanto porque as teorias sejam problemáticas, mas porque o conteúdo raramente as sustenta. Além disso, tenho sempre em mente que as maiores ideias em geral ainda estão enga­tinhando ao debutar. Anos depois de publicar Reengineering the Corporation, Michael Hammer ainda está corrigindo coisas mal-entendidas e esclarecendo pontos fundamentais. Muitas outras ideias importantes, como o EVA, a organização de aprendizado total, o Balanced Scorecard, o evangelismo de clientes e o marketing experiencial já deram origem a indús­trias dedicadas a refinar, aprimorar e preencher as lacunas da ideia original.

Algum conselho para que se tire o máximo de um livro de negócios?

Minha estratégia favorita é converter o índice num programa de estudo. Ou seja, ler o título dos capítulos e perguntar que questões são lançadas ali. E, em seguida, garantir que se obte­nha a resposta. Criei, por exemplo, um plano de estudo para Seeing Whafs Aferi, de Clayton Christensen, Scott Anthony e Erik Roth. Fiz a mim mesmo as seguintes perguntas: "Quais os sinais de mudança?" "Como avaliar a concorrência? ""Que forças alheias ao mercado afetam a inovação?" Essas questões são meu guia na busca das respostas.

Quais são seus livros favoritos de gestão?

Para mim, certos livros foram uma espécie de revelação. Cito como exemplo a análise de Jeffrey Pfeffer e Robert Sutton sobre o vão entre o saber e o fazer, a de Malcolm Gladwell sobre a decisão tomada com base na intuição e a de Emanuel Rosen sobre o"buzz". Há também clássicos que todo ano releio: The Lever ofRiches, de Joel Mokyr; A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn; A Profissão do Administrador, de Peter Drucker; Engínes of Creation,de Eric Drexler; e Holding On to Reality, de Albert Borgmann.
Sugiro também que todo líder leia
a Ilíada e a Odisseia, Antígona, os quatro evangelhos e as cartas de São Paulo aos Coríntios, Júlio César, a Autobiografia de Benjamin Franklin, Walden, ou a Vida nos Bosques, To Kill a Mockingbird, A Morte de um Caixeiro Viajante, As Bruxas de Salem, e The Heart Aroused.
Livros como esses de fato mudam uma vida!
artigo de leigh buchanan aprenda mais sobre Morris A entrevista com o SR. Morris nos faz refletir sobre nossa relação com o conhecimento, e o prazer que podemos derivar disso...

Nenhum comentário: