domingo, fevereiro 04, 2007

O imposto sobre a pirataria! - Qualquer coisa pra eles ficarem quietos!

Uma nova forma de agradar aos chefões da música e do cinema. Não tenho certeza de quantas pessoas ainda se lembram das fitas K-7. Elas ainda são a melhor mídia para longos audiobooks e gravação de música com facilidade. De fato, durante seu apogeu nos anos 70 e 80, as fitas K-7 foram usadas para copiar tanta música que uma taxa sobre a pirataria foi estabelecida, representando uma pequena porcentagem do valor de cada fita virgem vendida. Poucos usuários notaram isto. De forma similar, as fitas DAT também foram taxadas usando um método extremamente complicado definido pelo Congressional Audio Home Recording Act de 1992. Isso depois de tanta discussão que as fitas DAT nunca chegaram a se tornar um sucesso entre os consumidores. Quem disse que o congresso norte-americano não trabalha diretamente para Hollywood? Pessoalmente, não consigo fazer pé nem cabeça de tal decisão, da estrutura de royalties ou de qualquer coisa relacionada, mas reconheço que pagamentos estão sendo feitos, e ninguém está reclamando. Também sabemos que as fitas K-7 foram taxadas. No Canadá, eles taxam os discos CD-R.O valor atual é de 21 centavos de dólar por CD-R, e eles também cobram uma taxa única de 25 dólares por qualquer MP3 player equipado com um HD pelo mesmo motivo. (Nesse site, em inglês, você pode conhecer melhor o processo: http://neil.eton.ca/copylevy.shtml). Me parece que há um certo quê de extorsão aqui, mas quem pode agir contra isso quando o governo está na cama com os bandidos? Dito isto, gostaria de saber se eles (RIAA, MPAA) calariam a boca se implementássemos essas taxas sobre mídia virgem e MP3 Players nos EUA. Já fizemos isso com os cassetes, e me parece que ninguém nunca reclamou. Será que isso significa que os chefões da música e cinema teriam que ir atrás dos verdadeiros piratas no sudoeste asiático, em vez de algum garoto no Texas? Talvez devêssemos descobrir se não seria o suficiente apenas dar dinheiro às gravadoras, independente de sequer ter ouvido a música, quanto mais feito cópias. É difícil conseguir números de vendas precisos quanto a CD-Rs, mas o mercado chegou a um bilhão de discos em 2000 e estava dobrando a cada ano. Então, uma estimativa conservadora de cinco bilhões de discos por ano parece razoável. Se uma taxa de 20 centavos de dólar fosse adicionada aos discos, isso representaria um bilhão de verdinhas nos bolsos já cheios da indústria do entretenimento em Hollywood. Será que um bilhão de dólares por ano fariam eles calarem a boca? Nós certamente não ouvimos muitas reclamações durante a era da fita cassetes, quando uma taxa deste tipo estava em vigor. Mas quem se beneficia com ela? Será que é o pequeno artista faminto que pode ter mais música pirateada por causa de problemas de distribuição? Claro que não. Ela beneficia uns poucos supergrupos que já estão cheios da grana, e beneficia os executivos das grandes gravadoras que querem fazer um upgrade em suas frotas de jatinhos particulares para algo mais confortável. Peixes pequenos nem precisam se preocupar. Pessoalmente, estou cheio de todas as baboseiras e discussões da RIAA/MPAA sobre a pirataria. Será que eles realmente pensam que ela vai simplesmente acabar, ou que estratégias de DRM são algo mais do que um sonho impossível? E todos nós, observadores, somos tão culpados quanto os grupos da indústria. Nós dizemos a eles para mudar o modelo de negócios, os chamamos de idiotas e cerramos os punhos sempre que o assunto pirataria surge. Até tentamos mostrar que os negócios podem melhorar com o uso adequado da tecnologia, mas a indústria não vê as coisas desta forma. Será que a taxa acabaria com o debate? Você aceitaria pagar 20 dólares para a indústria fonográfica toda vez que comprar um tubo de CDs ou DVDs? O que uma pessoa faz com 100 CD-Rs? Será que há US$ 20 em música gravados ali? A única e real solução para o irritante problema do compartilhamento de música digital é a taxa sobre a pirataria. Ninguém vai gostar do fato desta coluna ter sugerido a idéia. Quem realmente precisa do dinheiro não será beneficiado. Mas talvez ela acabe com as acusações e ações legais arbitrárias. E, afinal de contas, você já pagou essa taxa na época das fitas cassetes. Porque não reclamou antes? Ou cobramos a taxa ou declaramos que todas as músicas e filmes são domínio público assim que lançadas ao público. Isso também acabaria com o problema. Vocês decidem. John Dvorak

Nenhum comentário: