domingo, fevereiro 04, 2007

Um Linux unificado

linuxeiros univos! Será a criação da Linux Foundation um sinal do fim do domínio da Microsoft sobre o desktop?Um número de consolidações singulares estão acontecendo na indústria justamente enquanto a Microsoft tenta fazer um barulho ao redor do Vista. A época não poderia ser melhor, mas podem ocorrer numerosas baixas e alguns colapsos. E a própria Microsoft parece vulnerável.O evento mais importante é a criação da Linux Foundation (www.freestandards.org). Isso é uma tentativa dos maiores participantes neste mercado, incluindo HP, IBM e Intel, de criar um Linux padronizado e desencorajar a continuada tendência em direção a vários “distros” que são sutilmente incompatíveis entre si e com certos aplicativos.Isso pode também acabar com os “modismos” das novas versões de vários fabricantes. Em um minuto, o “melhor” Linux é o Mandrake. Depois é o SUSE, depois Ubuntu. Por causa dessa tendência, os usuários finais nunca adotaram o Linux no desktop. Mas é possível que o Linux dê um passo firme nessa direção se essa mais nova iniciativa for bem-sucedida.Afinal, ninguém gosta das práticas cada vez mais draconianas da Microsoft. Em uma luta paranóica e sem fim contra a pirataria, a Microsoft faz seu sistema operacional “telefonar para casa” demais. E numa tentativa de dominar o mundo com seus codecs, a empresa colocou DRM demais em tudo.Um aspecto curioso do Vista, e que pode significar sua morte e marcar o fim da linha para o sistema operacional mais popular da história do mundo, são seus novos recursos, muito similares aos do Mac OS. É um fenômeno que acho bastante fascinante.Lado direito contra o lado esquerdo do cérebroPelo que posso ver, a comunidade de usuários de Mac gosta mais do Vista do que os usuários de PC. Aparentemente, em sua busca por emular o que a Apple faz no Mac – como se isso fosse Cálice Sagrado dos computadores – a Microsoft abriu mão do que torna um PC único. (e não estou falando da tela azul da morte). Existe algo no Vista que o leva ao lado direito do cérebro – A terra do Mac.Quando o assunto é a batalha Mac-versus-PC, um ponto sempre negligenciado é que a maioria das pessoas não gosta dos Macs. Aceite, é a verdade. Portanto, a participação da Apple no mercado é baixa. Não há outra explicação, embora o preço sempre tenha sido uma desculpa. Agora, parece que há algo mais além do preço. Eu, pessoalmente, não gosto do Mac – apesar do tempo rápido de reação do sistema – por causa da sensação que tenho quando salvo arquivos. Sei que parece bobo, mas nunca me senti confortável com isso. A sensação é de uma falta de solidez, que sempre me deu um frio na espinha. Sinto que, se algo estranho acontesse em um Mac, eu nunca seria capaz de recuperar os arquivos. Nunca me senti assim com um PC. Acho que, com o PC, eu ao menos seria capaz de arrancar o disco rígido, colocá-lo em outra máquina e explorar seu conteúdo sem medo.Isto é apenas um detalhe para as pessoas que tem medo de remover um disco rígido e, para mim, esses são os típicos diretores de arte de uma agência de publicidade que usam Macs. Eles estão comprando a máquina porque é bonita e gostam da sensação que ela passa.E há o tão discutido comportamento xiita e psicótico de alguns poucos usuários de Mac: Eles vêem a máquina como uma extensão de si mesmos e a defendem da crítica com uma desagradável veemência. Eles representam o pior tipo de radicais de direita. Quem quer se aproximar de gente como essa?A oportunidade do LinuxÉ possível que a Microsoft tenha se aventurado muito longe dentro do lado direito do cérebro da computação com o lançamento do Vista. Agora é a oportunidade perfeita para o Linux selar o destino da gigante. E o Linux é um sistema operacional totalmente no lado esquerdo do cérebro. Não é coincidência que três grandes empresas (HP, IBM e Intel) estejam se juntando agora, pois estão cientes da sutil fraqueza do Vista e vêem uma oportunidade de acertar um golpe na Microsoft. Afinal de contas, nenhuma dessas empresas esteve feliz com a Microsoft ou maneira como foram tratadas pela gigante nos últimos anos.É claro, um campo de batalha unificado a favor do Linux não conta como vitória. Existem ainda o probleminha chato dos aplicativos. Já disso isso antes: até que um clone do Office apareça, completo com um programa do tipo PowerPoint que não seja um trambolho, o Linux nunca vai dominar o desktop. E o StarOffice não presta para a tarefa. E a Adobe teria de portar todos os seus programas para o Linux. E como alguns de seus executivos odeiam o open source (mais precisamente, a linguagem PostScript), a empresa se recusa a migrar o Photoshop, InDesign e o Illustrator para o sistema operacional do pingüim. No começo do ano passado, a Novell fez uma enquete junto ao público sobre os dez programas “mais pedidos” para o Linux, e o resultado foi o seguinte: 1. Photoshop 2. AutoCAD 3. Dreamweaver 4. iTunes 5. Macromedia Studio 6. Flash 7. Quicken 8. Visio 9. QuickBooks 10. Lotus NotesQuatro dos dez produtos são da Adobe. Dito isso, assumo versões da maioria destes programas já existem “só por precaução”. Se sim, o vento pode mudar e soprar a favor do Linux no desktop tão rapidamente – da noite pro dia, na verdade – que todos ficariam chocados.

Nenhum comentário: