segunda-feira, janeiro 25, 2016

Brasil está abaixo da média

Entre 144 países, país é o 90º lugar em ranking de velocidade da banda larga, segundo a Akamai


O Brasil está em 90º lugar em um ranking de velocidade da banda larga feito com 144 países pela Akamai, empresa de soluções para internet que coordena o estudo “State of the Internet”. Enquanto a média global é de 5,1 Mbps, a brasileira é de 3,6 Mbps, atrás de vizinhos sul-americanos como os argentinos (4,7 Mbps), uruguaios (5,9 Mbps) e chilenos (5,6 Mbps). Apesar de estar abaixo da média mundial, o Brasil avançou 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Houve uma migração muito grande para a plataforma móvel, que demanda investimentos mais caros e nunca vai ter a mesma qualidade da fixa. As características geográficas também fazem a média ser menor. No Chile, por exemplo, 50% dos acessos são feitos em Santiago, já no Brasil são muitas cidades”, afirma o diretor de marketing da Exceda, Vinícius Agostini, que representa a Akamai no Brasil.
O presidente da consultoria em telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, destaca que, de maneira geral, o Brasil tem bons resultados para a banda larga fixa. “O problema é maior na móvel, pois, se tem muita gente usando ao mesmo tempo, o acesso congestiona mesmo. Por isso mesmo, as empresas oferecem em contrato velocidades bem baixas, como forma de se resguardarem”, afirma Tude.
De acordo com Agostini, o Brasil tem até evoluído na velocidade da internet móvel, mas a expectativa do brasileiro ainda é muito alta. “Se um site demora mais de 3 segundos para carregar, o consumidor já avalia negativamente. A evolução da internet móvel tem sido rápida, mas não o suficiente para atender a essa elevada expectativa”, afirma.
Segundo ele, nem sempre tem a ver com a banda larga, pode estar relacionado ao desempenho do site acessado ou até mesmo com a qualidade da linha telefônica. “Muitas vezes, a lentidão tem mais a ver com a quantidade de pessoas acessando ao mesmo tempo ou com a velocidade do site acessado, e não com o pacote da operadora”, ressalta o consultor da Teleco.
Segundo Tude, embora existam parâmetros de qualidade que indicam que a empresa não pode fornecer menos do que 40% da velocidade instantânea contratada, o mais importante é avaliar a média mensal. “É ela quem vai dar a noção geral, pois as operadoras podem oferecer resultados pontuais abaixo da meta instantânea, desde que ofereçam 80% da velocidade durante 95% do tempo contratado. Mas se o usuário perceber uma interrupção séria no serviço, deve ligar imediatamente para a empresa”, afirma Tude.
Cliente pode virar fiscal de qualidade

Qualquer pessoa pode ser voluntária para monitorar a qualidade da banda larga fixa. Basta se cadastrar no site bandalargabrasil.com.br. Esse cadastro serve de parâmetro para a Entidade Aferidora da Qualidade da Banda Larga (EAQ), usada pela Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) para medir a qualidade das conexões. Para ser um voluntário, tem que ser cliente de operadoras avaliadas: Oi, Net, Vivo GVT, Algar Telecom, Embratel, Sercomtel, Cabo Telecom, Live TIM e Sky. Um equipamento será enviado para ajudar no monitoramento.

Os relatórios gerados são usados pela Anatel para fiscalizar o setor. Se as metas não forem cumpridas, um processo administrativo é aberto. O site bandalargabrasil.com.br também disponibiliza testes para medir a velocidade e checar se ela condiz com a contratada. 
Mineiras cumprem meta mensal

Em Minas Gerais, as quatro empresas de internet monitoradas pela Entidade Aferidora da Qualidade da Banda Larga (EAQ) – GVT, Net, Oi e Algar Telecom – cumprem a meta da velocidade, que determina fornecer em média 80% do pacote, durante 95% do período contratado. Já no caso da velocidade instantânea (medições pontuais), GVT e Net não atingiram a meta de no mínimo 40% dos Mbps contratados.



Pela regra da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras podem até falhar nesse quesito, mas só em 5% do tempo contratado. Em julho, na última pesquisa da EAQ, a GVT ofereceu menos de 40% em 10,3% do tempo permitido e a Net em 8,52%.

Por meio de nota, a GVT destacou que só ficou abaixo na meta no quesito de velocidade instantânea e ressaltou que ficou bem próximo do resultado desejado. Segundo a empresa, o desempenho “não comprometeu a experiência do cliente”. Na média mensal, ela ficou com 100,99%.

Com índice de 94,28%, a Net superou a meta mensal (80%), mas também ficou abaixo na medição instantânea. Segundo a operadora, o resultado foi afetado por algum problema pontual, que não comprometeu o serviço. 

Cliente paga uma velocidade de internet, mas recebe outra 

Prestadora deve descontar valor proporcional em caso de interrupção ou degradação da qualidade


A designer Diane Mazzoni, 31, paga por um pacote de internet fixa de 15 Mbps. Ela sempre notou que em alguns momentos a velocidade era mais lenta, mas tomou um susto quando viu que chegava a receber apenas 2 Mbps, cerca de 13% do total contratado e pago. O que ela não sabia é que tem o direito de pedir à operadora um ressarcimento proporcional. O artigo 46 da Resolução 614 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) assegura que, em caso de interrupção ou degradação da qualidade do serviço, a prestadora deve descontar da assinatura o valor proporcional. A descoberta de Diane foi feita durante um desafio proposto pela reportagem de O TEMPO, que convidou três consumidoras para medir a velocidade da banda larga em horários diferentes durante dois dias.

“Eu trabalho em home office e dependo da internet para tudo, desde fazer buscas a negociar preços com clientes. Eu não sabia que podemos reivindicar o desconto proporcional, mas agora vou prestar mais atenção nas medições da velocidade e reclamar”, afirma.

Se o susto dela foi grande, o da estagiária de marketing Natália Seabra, 24, foi ainda maior. “Chegou a indicar 1,28 Mbps. É um absurdo. Eu sabia que a operadora não é obrigada a fornecer 100% do pacote, mas isso já é demais. Me atrapalha muito porque trabalho em casa e dependo do Skype e da internet o tempo todo.”

Já no caso da servidora pública Bruna Oliveira, 31, a surpresa foi positiva. “Meu pacote é de 10 Mbps, e, na maioria das vezes em que medi, estava acima disso. Só uma vez que ficou em cerca de 8 Mbps. Mesmo assim, se pagamos 100% do preço, o correto seria recebermos 100% do serviço ou, então, um desconto”, diz.

As empresas não são obrigadas a garantir 100% do pacote, mas são obrigadas a compensar suas falhas. Segundo regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), elas têm que garantir em média 80% da velocidade contratada, durante 95% do tempo. Isso no mês, porque, considerando as medições pontuais como as que foram feitas pelas três consumidoras, as operadoras têm que garantir apenas 40%.

A coordenadora institucional da ProTeste, Maria Inês Dolci, ressalta que, se o consumidor está desconfiado de estar recebendo muito menos do que contratou, ele deve reclamar imediatamente e exigir devolução do que foi pago a mais. “O mais difícil é provar, então o ideal é fazer medições diárias para verificar se a velocidade está dentro das metas impostas pela Anatel. Existem sites que fazem essa medição, inclusive a ProTeste disponibiliza uma ferramenta que fornece até o histórico das médias de velocidade, que podem ser usados para argumentar com as operadoras”, afirma.
Como medir?
Automático.
 Existem sites especializados que fornecem a velocidade comominhaconexão.com.br e brasilbandalarga.com.br. No site da ProTeste tem o Velocímetro (testeminhainternet.com.br).
Será que a internet daqui é pior do a da Síria que esta em guerra?
EDITORIA DE ARTE
08/
LEGENDA

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