quarta-feira, janeiro 13, 2016

Drones e robôs: vem aí a terceira idade high-tech

Autonomia, onde informação é poder.



Presentear os avós com um par de meias no Natal? Considere, no futuro, a possibilidade de substituir a peça por wearables, drones, robôs e sensores inteligentes. Isso mesmo: empresas e centros acadêmicos já estão desenvolvendo inovações tecnológicas de olho nas necessidades da terceira idade. São propostas que visam, principalmente, a incrementar a segurança no dia a dia para que os idosos possam manter a autonomia por mais tempo. A demanda por esse tipo de serviço promete ser cada vez maior, já que está em curso um processo mundial de transição demográfica, com redução de natalidade e aumento da expectativa de vida. O número de idosos no mundo deve duplicar até 2050, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Para os idosos, o suporte high-tech pode significar independência. Para seus familiares, tranquilidade. Mas vale um alerta: a nova infraestrutura também pode mascarar a solidão. E esse sentimento não só compromete a qualidade de vida como aumenta o risco de morte em 14%, segundo estudo da Universidade de Chicago. Contra ela, a solução ainda é a boa e velha conexão com parentes e amigos.
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Drones e robôs
A ideia de ter um drone voando dentro de casa pode soar, no mínimo, arriscada. Mas já existem modelos pequenos capazes de circular com segurança por ambientes fechados. Por enquanto, eles são voltados especialmente a atividades de entretenimento. No futuro, porém, os drones também podem ser úteis na realização de tarefas domésticas, seja buscando objetos em locais de difícil alcance, seja ajudando na limpeza – algo bem oportuno para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção.
Essa proposta já está sendo desenvolvida pela pesquisadora Naira Hovakimyam, da Universidade de Illinois (EUA). Em 2015, ela recebeu uma bolsa de U$S 1,5 milhão do National Science Foundation para o projeto Aspire – sigla para Automation Supporting Prolonged Independent Residence for the Elderly (que pode ser traduzido como independência residencial prolongada por meio da automação). A proposta é criar não só drones, mas também robôs, adaptados a tarefas domésticas.

Nome de destaque na área da robótica, a professora do MIT Cynthia Breazeal também se dedica ao desenvolvimento de robôs que funcionem como assistentes pessoais. Sua mais recente criação é Jibo, um robô que pesa menos de três quilos, com uma tela de alta resolução que lhe serve de face. A produção foi financiada por meio do site de crowdfunding Indiegogo, e os primeiros apoiadores devem receber o produto no primeiro semestre deste ano. A expectativa é de que Jibo reconheça cada pessoa da família, ajude a lembrar compromissos e envie mensagens, entre outras funções (como indicar uma receita passo a passo).
Já Cory Kidd, que trabalhou com Cynthia Breazel no MIT, se prepara para lançar em 2016 o robô Mabu. Com tamanho equivalente ao de uma cafeteira, ele tem como público-alvo pessoas com doenças crônicas, como diabetes, problemas cardíacos, artrite e alguns tipos de câncer. A ideia é que o robô promova o engajamento do paciente no tratamento, facilitando a comunicação com médicos, farmácias e cuidadores. O projeto conseguiu U$S 1,25 milhão junto a uma firma de investimentos.


Wearables 
Os wearables – dispositivos eletrônicos incorporados ao vestuário – também podem proporcionar segurança a pessoas mais velhas. Exemplo disso é o Active Protective, um cinto que identifica quedas e, como se fosse um airbag, ativa imediatamente uma proteção ao redor do quadril do usuário. A área não foi escolhida à toa: a fratura do quadril é a lesão ortopédica que mais resulta em morte na terceira idade. O problema é ainda pior para mulheres, que sofrem com a osteoporose.

Já o Kanega é um relógio que também detecta quedas e, embora não amorteça o impacto, pode acionar um pedido de ajuda. O equipamento não tem botões, o que simplifica seu uso – todos os comandos e respostas são por meio da voz. Se o usuário se perder, pode perguntar ao aparelho como chegar em casa, e ele passará as orientações. Na hora estipulada para os medicamentos, o relógio não só avisa o paciente, como passa as orientações necessárias (como quantidade de gotas) e registra se o remédio foi tomado ou não. A empresa UnaliWear, que buscou apoio para o produto no site de crowdfunding Kickstarter, também atentou para a importância do design: o relógio é discreto, para que o usuário não se sinta estigmatizado. A expectativa é que chegue ao mercado no próximo ano.
Na série Continuum da Netflix, a heroína usa uma roupa que é um super computador com recursos incríveis, um mostra do que o futuro nos aguarda. HB

Sensores e aplicativos
O Alarm.com Wellness é um sistema que utiliza sensores wireless para monitorar a rotina diária do idoso, identificando padrões de atividade. Assim, se a pessoa não se levantar da cama durante a manhã ou sair de casa no meio da madrugada, por exemplo, um aviso será enviado (por telefone, e-mail ou mensagem) para seus cuidadores. A vantagem, segundo o fabricante, é que a tecnologia não requer que a pessoa peça ajuda. Ou seja, em caso de desmaio ou queda, o pedido de socorro é acionado automaticamente. Partindo de uma premissa parecida, a startup Care Angel desenvolveu um aplicativo gratuito que monitora diariamente o idoso, com perguntas relativas a sono, bem-estar físico e mental, uso de medicamentos etc. As respostas são convertidas em dados e, caso elas indiquem que algo está errado, o aplicativo envia um alerta à família, para que o idoso possa receber ajuda. A novidade ainda está em fase de testes.
Galileu









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