Para o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, há outros locais onde a população mineira pode comprar livros
MGIBGE lanca pesquisa sobre perfil dos brasileiros na area da cultura. Dentre os resultados um crescimento de bibliotecas publicas. FOTO: PEDRO GONTIJO
Entre as muitas mudanças traçadas pelo IBGE em seu “Perfil dos Estados e Municípios Brasileiro 2014” no cenário cultural, um dos pontos que mais chamam a atenção é o fato de que, em 15 anos, o número de bibliotecas cresceu enquanto o de livrarias caiu.
Os dados coletados ao longo de 2014 com as 5.570 prefeituras brasileiras e seus governos estaduais mostram que 97,1% dos municípios tinham bibliotecas públicas em 2014, quando em 2006 eram 89,1% (em 1999 o número era de 76,3%). Por outro lado, a porcentagem de cidades com livrarias caiu de 35,5% para 27,4% no mesmo período.
A pesquisa ainda mostra que, em 2014, 25 Estados e 56,3% dos municípios tinham programas de incentivo a leitura, livro e literatura.
A situação do livro em Minas Gerais não foge à regra nacional. Dos 853 municípios mineiros, 839 contam com uma biblioteca de acesso público enquanto somente 150 têm uma livraria.
O secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, atribui o baixo número de livrarias a uma característica histórica do país. “Nós sempre tivemos poucas livrarias, mas esse número tem crescido. A internet tem aumentado esse interesse. Afinal, o livro é um objeto mítico”, declarou o secretário, apontando resultado contrário ao estipulado pelo pesquisa nacional. Na sequência, ele explicou a fala: “É que você tem muitos pontos de venda de livros que não são computados como livraria. Isso é relativo”.
A opinião de Oswaldo é similar a da gerente de pesquisa do IBGE, Vânia Pacheco. “Não é o fato que um município não ter declarado ter livraria que aquele local não tem onde se compre livro. O acesso ao livro não se faz só na livraria. Hoje você compra livro no supermercado, na banca de jornal”, esclareceu a pesquisadora.
PATRIMÔNIO HISTÓRICO. Os dados divulgados sobre Minas Gerais colocam o Estado na média brasileira, mas, em um ponto, os municípios mineiros estão muito à frente: na proteção do patrimônio cultural. Dos 1.043 municípios que têm conselho municipal de preservação do patrimônio no Brasil, 683 estão em Minas Gerais. São Paulo está em segundo lugar, com 108 municípios com conselho. O Rio Grande do Sul fica em terceiro lugar, com 54. Rondônia e Roraima não tem um único órgão de preservação.
Questionado sobre a grande diferença entre Minas e o restante do país, nesse ponto, Oswaldo disse que os dados são um reflexo do cuidado com a história do Estado. “O motivo para isso é o nosso ICMS Cultural. Quando um município dispõe de um conselho de patrimônio cultural e pratica uma política municipal de proteção do patrimônio, ele ganha pontos na tabela de distribuição do ICMS. Esse critério está em vigor desde 1997, e contribuiu decisivamente para a proliferação dos conselhos, o que é muito positivo”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário