domingo, dezembro 03, 2006

By G

Escritório do Google no Brasil mostra novo estilo de gestão

Agência Estado

Parece valer a pena ter de resolver equações matemáticas complexas durante o processo de contratação. Os funcionários do Google têm um pacote de regalias que dificilmente seria oferecido por qualquer outra empresa. O Googleplex São Paulo, escritório de 1,7 mil metros quadrados ocupado pela empresa há cerca de três semanas, tem uma sala para seus empregados receberem massagem. Existe um lounge com rede e almofadões em que alguns deles aproveitam para fazer a sesta, depois do almoço. O refeitório tem uma mesa de pebolim e várias TVs de plasma. "Estão loucos por um PlayStation 3 agora", afirmou Alexandre Hohagen, diretor-geral do Google Brasil. A empresa oferece chocolates e refrigerantes de graça. "Em um mês, são consumidos 700 iogurtes, 5 mil refrigerantes e sucos e 2 mil garrafinhas de água", apontou Hohagen. Isso para um público de 60 funcionários em São Paulo. O consumo de refrigerantes e chocolates deve crescer rápido no Googleplex, se os planos da empresa se confirmarem. O total de empregados em São Paulo subiu de 20 em 2005 para 60 este ano. "Daqui a um ano, teremos duas vezes e meia esse total", disse Hohagen. Os funcionários do Google precisam dedicar 70% de seu tempo à atividade principal da empresa, 20% do tempo a projetos correlacionados e 10% a um projeto pessoal. Nos Estados Unidos, o site de comunidade Orkut e o Google News, de busca de notícias, nasceram como projetos pessoais. No Brasil, um funcionário resolveu engajar os colegas em um projeto social e outro organizou o Google Day, dia em que os familiares visitaram a empresa. "Um deles trouxe o pai, para provar que ele vinha mesmo trabalhar quando saía de chinelo e bermuda", apontou o executivo. As salas do escritório em São Paulo têm nome de praias, como Atalaia, Maresias, Ipanema e Abrolhos. As impressoras receberam nomes de jogadores de futebol, como Ronaldinho, Zico e Garrincha. As coloridas foram batizadas com nomes de craques atuais e as preto e branco com nomes do passado. Existe uma espécie de competição entre as subsidiárias do Google para ver quem tem o escritório mais legal. "Como somos mais novos, estamos bem posicionados", disse Hohagen. "Temos orgulho de dizer que este é o primeiro aparelho deste modelo que o Google compra no mundo." Ele apontou para um sistema de videoconferência Tandberg 8000, instalado na sala Maresias. Além do escritório comercial e administrativo em São Paulo, o Google tem um centro de pesquisas em Belo Horizonte, surgido da aquisição da brasileira Akwan, com 25 funcionários. O centro de Belo Horizonte não responde a São Paulo, mas a um diretor de tecnologia em Nova York. Em www.google.com.br/jobs, a empresa tem vários postos em aberto, em São Paulo, Belo Horizonte e fora do Brasil para quem fala português. "O processo de contratação é muito cauteloso, para não dizer complexo", apontou Hohagen. A principal atividade do Google no Brasil é a venda de links patrocinados, os pequenos anúncios de texto que aparecem ao lado do resultado das buscas e em sites de parceiros. "O mercado brasileiro de anúncios online é praticamente inexplorado, muito pequeno ainda", disse o diretor do Google. "Ele responde por 1,9% do total dos gastos publicitários." Apesar de ter uma estimativa sobre os links patrocinados, Hohagen preferiu não divulgá-la. Durante 2006, o Google realizou 150 eventos com empresas, para divulgar seu serviço de anúncios. Ontem, Hohagen participou de um evento para o setor financeiro e, anteontem, de outro para o setor automotivo. Na terça-feira, falou para 70 executivos da Cadbury Adams. "Já falamos com mais ou menos 20 mil profissionais brasileiros de marketing e publicidade." Existem clientes que chegam a comprar 300 mil palavras, e ao lado de seus resultados de busca são exibidos os anúncios. As informações são de O Estado de S.Paulo.

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