O caso da multinacional Whirlpool é exemplar
Por Eduardo Lapa
fonte Amanhã
Por Eduardo Lapa
Tem sido interessante, importante e até mesmo satisfatório ver a crescente preocupação das empresas e profissionais com o uso de ferramentas de inteligência e estratégia. Atualmente os jornais só estão falando em crise econômica, mas na grande maioria das organizações, inteligência tem conquistado uma importância que há alguns anos não tínhamos percebido.
Claro, toda organização tem sua inteligência de mercado. Toda e qualquer organização. Mas tem sido crescente o número de pessoas estudando o tema. Elas buscam, de certa forma, estruturar, vitaminar, dar forças à inteligência mais ou menos empírica que há em toda e qualquer companhia. Todavia, há três binômios de propulsão para que a inteligência numa organização ganhe forças: Informação e Conhecimento; Processos e Tecnologia e Pessoas e Redes.
Informação e Conhecimento
Não há como desenvolver uma forte atividade de inteligência competitiva se sua empresa não conseguir identificar muito bem as decisões que precisam ser tomadas. Para que isso ocorra, é preciso verificar o ambiente de negócios onde o negócio está inserido, além de realizar um trabalho forte de mapeamento contínuo de fontes de informação que subsidie decisões ou traga conhecimento útil para a companhia. Um exemplo desse uso é a CVC, uma das maiores operadoras de turismo do país. Ela conseguiu aumentar consideravelmente sua lucratividade a partir do monitoramento contínuo de informações de pacotes turísticos, de preços e de produtos formatados pelos seus concorrentes.
Processos e tecnologia
Não sou capaz de acreditar que uma grande organização consiga ter uma inteligência bem estruturada se não montar minimamente um processo de monitoramento de mercado. Por processo de monitoramento de mercado chamo a estruturação mínima do entendimento dos desafios mercadológicos da empresa, da estruturação de um bom mapa de inteligência, da elaboração de perguntas e questões a serem respondidas, da estruturação de processo de coleta, análise e distribuição dessa inteligência.
O que tenho visto nas implementações de sucesso é que houve uma preocupação prévia ao trabalho e captura de dados e informação, uma preocupação prévia à contratação de estudos de mercado, etc. Se faz necessário estruturar um processo ou um ciclo de inteligência que contemple minimamente as etapas a seguir:
Dessa forma, a organização consegue ter maior clareza com relação aos itens sobre os quais a inteligência de mercado atuará. Definir esse processo não passa somente por entender fontes de informação e construir bons mecanismos de captura, mas também definir os outputs desse processo. Com a TI não é diferente. A difusão das novas tecnologias da informação potencializa os processos associados à informação, tratando-se de captura automatizada, processamento de linguagem natural, text e data mining, ferramentas de analytics, portais de inteligência, sistemas de apoio à decisão entre outras são constituições de tecnologia que apoiam uma organização em suas decisões mais impactantes. Assim, um sistema de informação para inteligência deve ao menos atender aos seguintes pontos:
Fábio Rios, gaúcho que fez seu mestrado pela UFRGS, em 2010, sintetizou os itens acima em seu trabalho intitulado “Uma proposta de relação de requisitos funcionais para um software de apoio ao processo de inteligência”. Na tese, Rios elencou um conjunto bastante denso de funcionalidades que um software de apoio à inteligência necessitaria ter. Ele listou tais funcionalidades por etapas de um processo de Inteligência Competitiva.
Pessoas e Redes
Em um dos primeiros livros de autores brasileiros sobre inteligência, Elisabeth Gomes e Fabiane Braga ressaltam que sem redes e pessoas não haveria nada disso em uma organização. Pessoas constroem conhecimento, geram inovações, pesquisas e pensamentos. Tudo isso se condensa em algo que a organização pode continuamente utilizar.
Enquanto escrevia esse post, me recordei bastante do caso da Whirlpool (foto), relatado na Harvard Business Review, de novembro de 2014, onde o texto trata de Inteligência como alavanca para inovação. O case apresenta a preocupação da Whirlpool com Inteligência Inovadora. A reportagem mostra que a interação entre pessoas, dentro e fora da Whirpool, somada à constante preocupação com cliente e tendo um processo contínuo de geração de P&D, a multinacional vem se destacando notadamente em seu segmento.
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