Mulheres no comando. Da esquerda para a direita, as mediadoras do Leia Mulheres Camila Borges, Olivia Gutierrez e Mariana Castro
LUCAS BUZATTI o tempo
No último domingo, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2015 provocou reações acaloradas nas redes sociais. É que, para a ira de machistas inconformados, o tema escolhido foi a persistência da violência contra a mulher no Brasil. O assunto, de fato, urge em ser debatido, e alavanca também discussões sobre outras privações de direitos das mulheres, como a desigualdade de salários e a falta de oportunidades em meios predominantemente masculinos. Esse foi um dos pontos de partida para a criação do projeto Leia Mulheres, que promove bate-papos e trocas de experiências sobre a literatura feminina. O clube de leitura realiza hoje, no Sesc Palladium, sua segunda edição, cujo livro em pauta será “Frankenstein” (1818), clássico da escritora britânica Mary Shelley.
O Leia Mulheres chegou ao Brasil neste ano, capilarizando a iniciativa da escritora inglesa Joanna Walsh. Em 2014, ela criou o Read Womens, buscando estimular a leitura de mulheres, projeto que se alastrou por cidades como São Paulo, Curitiba, Fortaleza, Brasília, Recife e Belo Horizonte. “O pessoal de São Paulo já tinha contato com a Olivia Gutierrez e a convidaram para coordenar o projeto em BH. Ela topou, e chamou eu e a Camila Borges para sermos mediadoras dos encontros”, conta Mariana Castro, que foi convidada por conta de um projeto pessoal que norteou suas leituras em 2015. “Decidi que neste ano eu só leria livros de mulheres. Estou lendo de tudo, e tendo várias surpresas boas”, afirma a mineira, que entre outros títulos leu “A Cor Púrpura” (1982), de Alice Walker, “A Elegância do Ouriço” (2006), de Muriel Barbery, e “Amor De Novo” (1996), de Doris Lessing.
Mariana Castro conta que, na capital mineira, o Leia Mulheres começou em setembro, no Café com Letras, abordando o livro “Orlando” (1928), da autora britânica Virginia Woolf. “O público foi bem maior do que imaginávamos, e o espaço acabou ficando pequeno. Então, entramos em contato com o Sesc Palladium, onde os encontros agora acontecerão mensalmente”, afirma. A obra de Mary Shelley foi escolhida por voto popular, na primeira edição do evento. “Primeiro, fazemos uma pré-seleção online, em que chegamos a três nomes, que são levados para votação durante os encontros”, explica
O QUÊ. 2ª edição do Leia Mulheres Belo Horizonte – “Frankenstein”, de Mary Shelley
Sesc Palladium fique atento ao próximo
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