segunda-feira, novembro 16, 2015

Celular para fechar negócios

A plataforma de celular cresceu e temos de ocupar esse espaço com serviços e produtos de informação. Héberle

Pesquisa do Google revela que transações por aparelhos móveis cresceram 74% no Brasil


GOOGLE
Na mão. Presidente do Google, Fábio Coelho diz que internet à mão mudou a relação com clientes




São Paulo. Não tem nem dez anos que aprendemos a teclar numa tela de vidro, quando foi lançado o primeiro iPhone. De lá para cá, tudo mudou. Não “entramos” mais na internet, vivemos online. O celular é o companheiro no ônibus, no engarrafamento, no almoço, no trabalho. Para medir como ter a internet na mão mudou a relação das pessoas com o mundo, e como isso mudou o consumo, o Google fez uma pesquisa com usuários brasileiros e constatou que as taxas de conversão por meio de smartphones – que é quando a pessoa efetivamente conclui a compra pelo dispositivo – aumentaram 74%.

“O smartphone está mudando de plataforma de consulta para plataforma de negócios”, disse o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, que divulgou nesta terça os resultados da pesquisa. “Queremos ajudar as empresas a entenderem esse novo mercado”, completou, “em que as pessoas querem ter, no móvel, uma experiência tão boa quanto no desktop”. Segundo ele, as marcas têm que entender como usar essa tecnologia para que continuem sendo relevantes para o usuário, senão ele vai procurar outro – que tenha um site mais amigável no smartphone.

Vai ser o famoso “quem chega primeiro bebe água limpa” na corrida pelo entendimento dessa integração entre o físico e o virtual na hora de vender. “O que era confinado ao ambiente digital volta para o ponto de venda, não existe mais essa separação”, afirmou Coelho. E continua importante dentro da loja: 74% dos usuários brasileiros de smartphones usam o aparelho quando estão decidindo qual produto comprar, e 65% usam seus smartphones para saberem mais sobre algo que viram em um comercial de TV.

Quem tem sentido na pele a mudança, por exemplo, são as concessionárias de veículos. Segundo Coelho, a média do mercado, antes, era de quatro visitas do cliente à loja até fechar a compra. Hoje, essa média caiu para 2,6 visitas, exatamente porque o cliente pesquisa na internet antes de ir à concessionária. “Ele usa a internet para se apoderar de dados e negociar”.
Após declarar que o consumo e a postagem de vídeos no Brasil explodiu com a classe C tendo acesso à internet, Fábio Coelho disse que o brasileiro também adora fazer comparação de preços. “Com o bolso apertado, essa jornada fica ainda mais intensa, seja na busca por preço melhor, seja no aprendizado não tradicional. As pessoas vão aprender online, vão estudar online. Quem diria, há poucos anos, que hoje teríamos tantos milhões de pessoas estudando na internet?”, conclui Coelho. 
Oportunidade
Perto. O Google detectou um aumento de 55% nas buscas de “próximo de mim”. A pesquisa mostra que 83% dos usuários de smartphones usam a busca na internet para achar comércio local 
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Navegador deixará de rodar Flash em setembro

A partir de setembro, o navegador Chrome, do Google, usado em computadores, celulares e tablets, vai deixar de rodar Flash – um software usado para a criação de animações interativas. É um passo adiante numa “guerra” que já foi declarada há muito tempo. Desde 2010, a empresa adotou o html5 e desestimula o uso do Flash, mesmo de forma tímida.

Na próxima versão do Chrome, porém, ele já vai ser bloqueado, o que ainda deve melhorar, segundo a empresa, o consumo de bateria. Empresas e anunciantes que usam o Flash em seus sites têm sido amplamente informados da mudança, segundo a diretora de produtos e inovação do Google para a América Latina, Flávia Verginelli.
Profissional cuida de usuário

O que o Google busca é conscientizar os varejistas da importância de voltarem seus sites para a mobilidade. “Quando eu entro no site pelo celular, ele não pode ter atraso no carregamento da página, a interface tem que ser intuitiva, ou eu vou para outro site, ou para o desktop”, explicou o presidente da empresa no Brasil, Fábio Coelho. É nessa hora que entra um profissional que nem tem nome em português: o que cuida da experiência do usuário.

“As empresas continuam chamando feras da arquitetura e design para decorar a loja física, mas colocam o estagiário que foi contratado semana passada para fazer o ambiente móvel na internet”, brincou. “Há cinco anos, esse profissional de ‘user experience’ era nada. Hoje é super importante”, disse a diretora de produtos e inovação do Google para a América Latina, Flávia Verginelli. Ela diz que , nos últimos meses o Google treinou mais de 7.000 pessoas em “user experience” no Brasil.

“Toda empresa que busca clientes novos deve investir no ‘mobile’ do site”, disse Flávia. Olhando para o futuro, ela afirma que a nova geração, que já faz seu primeiro acesso à internet no aparelho móvel, vai empurrar as companhias mais atrasadas nessa direção, e que as empresas que são construídas nesse mundo de tecnologia têm mais vantagem, pois se adaptam mais rapidamente. “Até as empresas menores podem ser mais ágeis, porque a tecnologia barateou”, diz Flávia.

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