terça-feira, maio 03, 2011

Nós vamos invadir sua sala


Ipod, Ipad, TV Online. Veja como essas inovações propõem mudanças culturais e direcionam tendências de mercado.
O lançamento do Apple TV traz à tona uma nova convergência da nossa conhecida televisão. Desde o surgimento do YouTube e serviços que oferecem o grátis em contraposição ao exclusivo, como o Hulu, é comentado o fim da TV. No entanto, vemos o quão longe está esta realidade. O que mudou, apenas, é o modo de assisti-la, que passou a ser ativo e muitos anunciantes começam a se preocupar em como atingir seus consumidores nesse novo formato.
Entram em cena novos conceitos como o Apple TV, Google TV, Netflix para dar outra função à TV e contrariar as previsões da substituição pelo computador.
No Brasil, este é um longo caminho, já que a TV aberta possui grande aceitabilidade mesmo com as mudanças de comportamento percebidas nos consumidores, que passam a utilizar a internet para assistir seus programas favoritos. Em paralelo, temos um interessante nicho que começa a surgir com a chegada do Ipad, antes mesmo de seu lançamento oficial no Brasil, da Apple TV.

Case de sucesso: Apple TV
Ao contrário da concorrência, mais uma vez, Steve Jobs apostou contra a maré e lançou a Apple TV sem uma AppStore, modelo já consolidado de sucesso para o Iphone, Ipad ou Ipod. Para o guru, as pessoas sentam em frente à TV para entretenimento e não para acessar um computador. Essa é a característica que diferencia Apple e Google: enquanto a primeira começa simples e adiciona a complexidade gradualmente, a segunda companhia Google oferece todas as possibilidades para ver qual emplaca. O projeto Google TV é bem mais complexo e conta com busca, aplicativos e internet, mas, a um preço bem menos acessível.
Assim como o sucesso do mercado de aplicativos para Iphone e Ipad, o lançamento de aplicativos para Apple TV promete prover um novo mercado, tanto para desenvolvedores quanto para anunciantes conversarem com seus consumidores de uma maneira mais próxima, mais contextualizada e, principalmente, que dribla a inexistência do intervalo comercial.
A TV e a sala de estar estão em transformação, uma vez que o entretenimento ganha maior amplitude. Kinetic, Nintendo Wii, Internet na TV, 3D, são novos instrumentos para a mesma satisfação que tínhamos ao assistir “Sessão da Tarde” na TV aberta. Assim, surgem oportunidades para desenvolvedores apostarem nessa nova corrente.
Imagine, por exemplo, que com estes aplicativos é possível transformar Apple TV e Google TV em uma plataforma de jogos, de relacionamento em redes sociais e, de quebra, de seriados, programas e filmes. Com o Facetime, aplicativo da Apple que faz chamadas no Iphone 4 com vídeo, você poderia falar com alguém que esteja no celular, com vídeo, sentado em sua sala de estar através da TV, por exemplo.
Será um mercado lucrativo? Talvez. O iPad vendeu 2 milhões de unidades nos dois primeiros meses de mercado e a Apple, segundo Steve Jobs, pagou aos desenvolvedores mais de US$1 bilhão, uma média de quase US$ 4.400 por aplicativo. A taxa de crescimento atual da AppStore deve passar a marca de 10 bilhões de downloads no início de Abril de 2011.
O entrave para o mercado brasileiro está na burocracia e a aparente falta de interesse pela Apple, enquanto que nos Estados Unidos a marca alcançou, finalmente, a característica de marca de massa.
Por aqui, ainda é tratado por anunciantes como nicho de um público mais elitizado, com o intuito de agregar à marca conceitos de inovação em torno de seus aplicativos. E os desenvolvedores aproveitam justamente a audiência global para potencializarem suas vendas e nunca focam apenas no mercado brasileiro.
Façam suas apostas. Eu aposto sempre no Steve, mas ele não está, por hora, para guiar o mercado.
Vitor Elman é sócio e diretor de criação da agência Cappuccino Digital - vitor@cappuccinodigital.com.br

Portal HSM
11/02/2011
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