sábado, outubro 31, 2015

Facebook procura desenvolvedores para o seu Internet.Org

Objetivo é conectar, por celulares simples, quem está fora da rede


FACEBOOKA-G

Paquistão. Javed, motorista de riquixá, e Ashfaq, pedreiro, com o Internet.Org, usam celulares para ajudar no trabalho

Um ano após o lançamento mundial do Internet.Org, programa que leva acesso à internet a comunidades onde ele é raro, o Facebook procura desenvolvedores para implantar o projeto no Brasil. Já presente em 17 países, hoje a plataforma provém acesso a serviços básicos de internet, sem cobrança, a um público potencial de mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.

Utópica, ambiciosa e até questionável, a ideia é prover acesso gratuito via telefones móveis a serviços na web, com foco em listas de empregos, notícias, saúde e educação, além dos serviços de mensagem do próprio Facebook. Pensando nos 75% dos brasileiros que ainda não têm smartphones, e nos ainda mais de 1 bilhão de desconectados no mundo, as aplicações devem ser exploradas também em celulares básicos, e serem acessíveis mesmo por banda larga limitada.

Na Internet.Org, os sites não pagam para serem incluídos e as operadoras não cobram pelos dados que as pessoas usam para seus serviços. Um dos incentivos para quem quer começar a desenvolver para a plataforma é o programa para start-ups mobile do Facebook, a FbStart. O programa oferece ferramentas e serviços, mentoria dos engenheiros da empresa e a possibilidade de participar de uma rede global de desenvolvedores mobile. Para fazer parte, o interessado deve submeter um pedido na página fbstart.com. É gratuito.

Especificações. Como o objetivo principal do projeto é engajar cada vez mais pessoas em descobrir as possibilidades da internet, alguns requisitos técnicos devem ser respeitados para ter um site publicado no Internet.Org. O primeiro deles se refere ao conteúdo, que, como porta de entrada para o mundo conectado, deve ser atrativo e útil, como notícias, informações climáticas e comunitárias.

Outra questão tem a ver com a sustentabilidade do projeto em longo prazo. Como o Facebook faz parcerias com operadoras de telefonia para disponibilizarem conexões gratuitas a seus usuários, os sites devem usar a transferência de dados de forma eficiente. O conteúdo não pode conter voz sobre IP (VoIP), vídeos, transferência de arquivos, grande quantidade de fotos ou imagens em alta resolução. E, por último, usabilidade. As aplicações devem ter boa usabilidade tanto em telefones básicos quanto em smartphones. Para isso, não podem usar JavaScript, Flash ou Https.

O Facebook realizou, na semana passada, um workshop em Belo Horizonte, em parceria com a Samba Tech, para mostrar aos desenvolvedores como eles podem criar conteúdo. Em abril deste ano, a Internet.Org abriu sua plataforma, de modo que qualquer desenvolvedor possa facilmente criar serviços que se integrem de uma forma mais transparente e inclusiva.

Flash
Bilionário
. De acordo com a Forbes, Mark Zuckerberg, criador do Facebook, tem uma fortuna estimada de US$ 41,3 bilhões (mais de R$ 130 bilhões).
Drone será lançado neste ano

O Facebook espera que seu primeiro drone levante voo em teste nos próximos meses. Chamada de Aquila, a aeronave é resultado de mais de um ano de trabalho e vai fornecer acesso à internet a milhões de pessoas, no projeto Internet.Org. A companhia espera formar parcerias com operadoras de telefonia para oferecer conexão a preços baixos, quando comparados com a infraestrutura de torres de celulares.

O drone é criação do Connectivity Lab, do Facebook, formado no ano passado para desenvolver novas tecnologias para acesso à internet. A companhia também contratou uma empresa especializada na construção de drones, a Ascenta.

O drone é apenas um elemento no grande plano da companhia de melhorar o acesso à internet, que também inclui satélites e feixes de laser para transporte de dados. Mas pode ser a mais inspiradora. “Se você pensar sobre esses pequenos quadricópteros, não é isso que nós estamos construindo”, disse Jay Parikh, líder global em engenharia do Facebook, durante uma palestra em sua sede, na semana passada.

O drone deve ser da envergadura de um Boeing e toda a sua superfície é coberta com painéis solares. A expectativa é que ele se mantenha ativo por três meses a uma altitude entre 18 mil e 34 mil metros. Ele poderia potencialmente oferecer conexão a pessoas em um raio de 50 km.

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