domingo, novembro 01, 2015

projeto “Eliminar a dengue: desafio Brasil”

Fiocruz amplia projeto com mosquitos modificados

“Contaminação” em laboratório do Aedes aegypti com uma bactéria impede transmissão da doença


SOLTURA DE MOSQUITOS AEDES AEGYPTI COM BACTÉRIA DE LABORATÓRIO

Após um ano de testes com mosquitos da dengue modificados em laboratório, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliou a área de atuação do projeto no Rio de Janeiro. O bairro de Jurujuba, em Niterói, tem recebido desde agosto milhares de ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, encontrada no meio ambiente e capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito.
A experiência faz parte do projeto “Eliminar a dengue: desafio Brasil”, que começou há cerca de um ano no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador. Naquele bairro moram 3.000 pessoas. Conforme o projeto, foram liberados, durante quatro meses, aproximadamente 10 mil mosquitos modificados com a bactéria. Com base na experiência na Ilha do Governador, os cientistas adotaram nova metodologia em Jurujuba, onde vivem cerca de 2.000 pessoas.
Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e coordenador do projeto no Brasil, explica que, em Jurujuba, ovos do mosquito com a bactéria foram liberados em pequenos baldes. 
A experiência ocorreu em 80 residências que aceitaram colaborar com a iniciativa.

“É um método mais simples e mais barato e, em termos de logística, podemos facilitar bastante o processo de soltar o mosquito com Wolbachia. Esta metodologia pode ser utilizada no futuro em outras áreas do Brasil”, diz ele, ao destacar que os resultados são promissores. Cerca de metade da população dos mosquitos em Jurujuba já está infectada com a bactéria.
Embora não haja prazo para aplicação desta metodologia, o pesquisador mencionou que, na Austrália, onde a experiência teve início em 2009, 100% dos mosquitos da dengue nas áreas de testes estão infectados com Wolbachia. Em Tubiacanga, após 20 semanas de liberação de mosquitos, 65% dos mosquitos Aedes aegypti continham a bactéria. O pesquisador ressaltou que, quando a população de Aedes Aegypti chegar a 100%, será possível passar para o próximo passo: avaliar se houve queda no número de casos de dengue.

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